Ele riu. Riu tão deliciosamente que me lembrou da última vez que o vi assim.
- Lembra-se? Há um tempo atrás, tu gargalhara com essa mesma intensidade afirmando que para acabar uma briga com sua namorada era fácil: bastava dar um beijo para ela parar de falar.
Ele riu novamente, um pouco constrangido.
- Mas aquilo era um pouco óbvio demais: qualquer garota na face da Terra cederia para você. - afirmei.
É claro que eu sabia disso. Conhecera aquele beijo há um tempo atrás. Na época ele fora meu primeiro amor, não o primeiro beijo, mas o primeiro amor. Que tinha o melhor beijo do mundo. Melhor até que Ferrero Rocher. Cheguei a pensar que todos os homens do mundo deveriam aprender a beijar com ele. Mas é claro que não concordaria com tamanha idiotice.
- Eu era muito mulherengo. - ele falou.
- Era? - perguntei.
Então sorriu de novo.
Foram incontáveis as vezes que deitou no meu colo reclamando que as mulheres só pensavam em casamento e filhos e lar. Ele queria é festa, diversão. Não se importava com sentimentos alheios. Mas sabia muito bem como deixar uma mulher na palma da sua mão.
Como meu primeiro amor, nunca o esqueci. Não lembro exatamente qual era o sabor da sua boca, e confesso que daria muito para relembra-lo. Mas estou feliz assim. Assistindo a vida do meu primeiro amor de camarote. Ele é meu amigo, meu irmão. E, sem dúvidas, meu eterno amor. Ainda quero secar muitas das suas lágrimas, e rir de todas as suas cafajestices.
Eu sorri.
- O que foi? - ele perguntou.
- Eu te amo, tá?
- Não diga isso! Você é minha amiga, mané. - disse dando um leve tapa na minha cabeça.
Eu sorri novamente. Ele nunca vai mudar mesmo.
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