domingo, 22 de setembro de 2013

Teu cheiro.


Eu não sou muito boa com cheiros. Nem um pouco, na verdade. Essa coisa de cheiro bom e cheiro ruim... É tudo muito relativo. Primeiro que meu olfato sofre de algum distúrbio olfacular que não permite que eu sinta um terço do que as pessoas sentem normalmente. Não que eu tenha feito qualquer pesquisa sobre isso, até porque a palavra olfacular nem deve constar no dicionário. Apenas imagino que meu cérebro trabalhe da maneira que ele acha adequado. 

Dizem que sou sinestésica, por isso consigo sentir cheiros apenas pensando neles. O que deve ser mentira, levando em conta meu auto-diagnóstico que afirma um distúrbio olfacular. Minha mãe quem o diga. "Mãe, você está fazendo frango assado?", ela respondia logo "Não, filha, é abobrinha".

O ponto em que quero chegar é que: agora tudo cheira a ti. É como aquelas pessoas que vêem seus amados em todas as esquinas, só que um pouco diferente. Porque eu sinto seu cheiro, o melhor cheiro do universo, se quer saber.

Normalmente não preciso pensar em você para o seu cheiro aparecer. Talvez seja alguém que esbarrou em mim e deixou o ar com um pouco de ti, o que prefiro não acreditar, pois seu cheiro é seu, e fim. Não deve existir qualquer explicação plausível para tal fenômeno (ou seja lá o que isso for), já que te sinto neste exato momento e estou em uma sala fechada, livre de qualquer circulação de ar.

Seu cheiro virou remédio pra minha dor de cabeça.

Mas de repente... Transformou-se em saudade.

E mais de repente ainda, passou a consumir-me... Tanto, que por vezes preferi que seu cheiro desaparecesse. Prefiro senti-lo em ti. Quando sua nuca chega bem perto do meu nariz, meus olhos se fecham e todo o resto do mundo parece sumir.

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