quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Casaco Roxo



Eu estava olhando pela janela enquanto chovia. Eu gostava de olhar a chuva, sentir sua brisa fria, principalmente quando a alternativa era estudar geografia. Tentei me distrair dos pensamentos que me assombravam. Em vão.  Eles não paravam de voltar. De repente algo me chama atenção. Um vulto na chuva. Saltitante e cheio de  alegria. Quando outro vulto num casaco roxo atira no 1º vulto. Ele cai. Eu me abaixei na mesma hora por 2 motivos: 1º O tiro me assustou. 2º Fiquei com  medo que o atirador me visse. Lentamente levantei a cabeça. Não havia nada lá. Nem corpo ensanguentado, nem vulto. Nada. Convenci-me que estava assistindo filmes demais. O problema é que tudo pareceu tão... Real. Mas, resolvi esquecer.  Ninguém acreditaria em mim. Nem se eu jurasse, com o meu passado, eles diriam que eu estava alucinado. De novo. Fui dormir. Então senti  uma força inexorável comprimindo-me o peito e quando abri os olhos, vi o casaco roxo e comecei a gritar. E abri os olhos de novo, de verdade dessa vez. Senti os braços macios e quentes de minha prima me envolvendo. 
- Calminha... Foi só um pesadelo.  Shhhhhh- Ela, vendo que eu me acalmara, voltou a seu quarto e eu voltei a dormir e dessa vez só acordei de manhã. Fui ao banheiro e depois peguei minha farda que estava na cadeira. Pensei que o dia poderia ser frio, então abri meu armário atrás de um casaco. E no meio de tantas blusas, saias, calças, vestidos,   estava ele: o casaco roxo. Eu dei um grito e cai para trás, flashback veio em minha mente: Eu que tinha saído naquele sábado chuvoso, num casaco, eu tinha pego a arma  de meu pai “emprestada”. Eu tinha  tirado a alegria daquele vulto na chuva. Aquele vulto que era meu ex-namorado. E então eu não estava mais no meu quarto e sim, numa sala toda branca, só com uma portinha. Por essa porta entra um homem de azul e diz:
- Hora do remédio, Clarissa!

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