quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O brinde da meia-noite.


Onze e cinquenta da noite. Sexta-feira. Avenida cheia. Tumulto. Confusão. Seus passos transpassam os dele, discretos, sem que fossem percebidos. Ela cometera um engano. E era por isso que o perseguia em silêncio, no vento gélido, na noite lotada de pubs - que não são nada mais que bares repletos de copos cheios e corações vazios.  
Discava o seu número no display do celular – caixa postal. Ainda seguia o homem de capa azul marinha, havia decidido: não iria desistir dessa vez. Ele parara, entrando no pub, fazendo-a hesitar. Ela passou o texto em mente novamente, o texto que tanto planejara, afinal, agora era a tão esperada hora: Ela se aproximaria, pediria desculpas, o perdoaria. E ele a beijaria, eles tomariam alguma bebida quente e voltariam para o aconchego do quarto e cozinha que habitaram um dia. Ao olhar dela: um lar. Ao olhar dele: apenas um cubículo recém-abandonado, vazio, que agora servia como depósitos de caixas, e que um dia dividira com uma garota... Que garota? Uma ex-namorada, talvez. Ou apenas uma amiga que concordara em aguentar as suas bitucas de cigarro e suas garrafas de cerveja para não precisar pagar um aluguel completo.  A nossa garota. Ela.
E num impulso ela abre a porta, ignorando o garçom e avistando a sua mesa. E lá estava ele, sorrindo, com uma pequena dose na mão. Ela se aproxima, mas hesita novamente. Porque avistara algo. Algo muito mais do que esperava ver. Porque durante todo esse tempo, planejara encontrar uma cadeira vazia a sua frente, a sua cadeira, a cadeira que ela costumava ocupar.

                                  Mas que agora confortava uma figura esbelta e de mechas loiras.

                                                                                                        (Por Bárbara Aoki)

(Ps: Esse é o meu primeiro texto que eu publico aqui, sou nova na equipe, enfim, espero que gostem das minhas humildes escritas e ensejos.)

6 comentários:

  1. Que sejas eterna sua alma cândida e pura, e que sua essência permaneça até o derradeiro dia do mundo. De seu não mais admirador secreto, AHP.

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  2. bitch, a declaração acima foi tão verdadeira quanto o nosso amor, - V

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  3. Eu adorei. Me identifiquei demais... Escreva mais rs *-*

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  4. Eu me identifiquei muito com o texto, parabéns, seja bem vinda, e espero mais hein? rs o/

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  5. Ignorando os comentários do senhor Vitor hahaha

    E meninas, obrigada mesmo! Fico feliz que mais alguém tenha se identificado com as minhas escritas, obrigada de coração :)

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