sábado, 26 de fevereiro de 2011

Welcome to my fucking life!



Prazer, sou Clarisse, sou egocêntrica, ignorante, sarcástica e anti-social. Essa sou eu, meus dezesseis anos, e meu canivete.
Não começou exatamente aos quinze anos, onde dizem que é o ponto fraco da nossa vida e tudo é terrivelmente sombrio, começou quando me vi pela primeira vez com minha desilusão de família perfeita, que eu não tinha. Isso foi aos oito... e depois aos dez quando aquele garoto lindo e loiro me chamou de saco de pancada e gordinha chorona. Até eu pensava que depressão começava aos quinze ou catorze. Mas aos quinze eu já tinha cabelo verde e minha experiência menos pesada foi passar dois dias fora, bêbada, dentro de um bar vagabundo.

Talvez você pense como todos pensam, isso vai passar, mas não vai. Adolescência ? Não é esse o nome no qual eu dou ao meu estado. Dou o nome de insuficiência. Estranho né ?
Hoje eu sou magra. Muito magra. Acho que passei do meu limite... Mas, limites não me importam mais.

Meus pais, me diziam que eu era fraca... Qual é ? Eu aguento mais coisas do que eles. Aguentei humilhação, desprezo, agulhas e internação. Talvez eu tenha sido fraca mesmo, mas quem poderia me apoiar? Quando precisei, eles estavam ocupados gritando sobre quem quebrou o copo e quem manchou a toalha de mesa de grife, ou quem retirou o canivete da caixa de ferramentas do meu finado avô. Era eu que havia roubado, claro, ele se chamava  Léo, o nome do garoto loiro... Léo, o canivete me fazia sangrar, mas nunca me machucou tanto quando Léo, o garoto loiro. Talvez o nome do canivete tenha sido esse para um dia chegar perto da dor que aquele garoto me causou. Nunca chegou. Na verdade sempre procurei meios para comparar aquela angústia que queimava em mim como fogo ardente... Até hoje eu busco. Eu fiz alguns planos para quando encontrasse a tal da cura para as lembranças do garoto loiro. Uma delas, era voltar para a casa e viver feliz com meus pais. Mas, nós nunca fomos uma família feliz, e eles moram a 3.569 km um do outro agora. Trágico ?

Pode não acreditar na minha realidade, mas saiba que essa realidade, você pode encontrar em algum lugar por aí, eu não estou sendo drámatica, muito pelo contrário, estou sendo realista, dramática e ter um mundo perfeito e reclamar, o meu não é perfeito. Isso é fato consumado e não posso e  não quero fazer nada pra mudar isso.


História fictícia mas essa realidade, será que se pode encontrar por aí? Fica a duvida.

Gabriela Castanhari .

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