quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Raped.



     Ela tentou fugir! Gritou, mas parecia ninguém ouvir. A rua, quase tão escura quanto aquela noite, não tinha uma alma viva sequer. Desesperou-se por estar sozinha. Quando imaginaria que alguém observava seus passos brincalhões que passavam todos os dias pelas mesmas calçadas? 
     Debateu-se ao máximo com a pouca força que tinha, porém aqueles braços eram grandes demais para seu pequeno corpo. Chorou, mesmo não querendo deixar transparecer o quanto sentia-se frágil. Na sua última tentativa de fuga, quando mordeu o pulso do homem que a machucava, sentiu a palma furiosa da mão dele em seu rosto. Viu que seria impossível livrar-se dali. Então cedeu. Seu corpo parou de lutar, enquanto seus olhos ainda imploravam misericórdia. Ela também sabia que aquilo provavelmente não funcionaria, mas naquela hora qualquer tentativa parecia valer a pena.
      Estava tão ocupada pensando em como sair daqueles braços que mal percebera quando pararam em um casebre aparentemente abandonado. Estava com muito medo. Não fazia ideia de como chegara àquele lugar.
     O homem, sem nenhum cuidado, jogara-a num canto de um dos minúsculos quartos fétidos dali. Os olhos aterrorizados dela percorreram pelo cômodo com desgosto, pairando o olhar na face que mais temeria dali em diante.
     Ele aproximou-se com um lenço que amarrou forte nos pulsos e na boca da menina. Despiu-a logo depois de tirar sua calça. Ela não entendia muito sobre estupro, mas aquela parecia a hora exata para o significado da tal palavra. Fechou os olhos. Não queria lembrar daquela cena, já tinha imagens suficientes que não esqueceria tão breve. Tentou não senti-lo rasgá-la sem piedade. Tentou esquecer que estava ali.
     Violentada, nua e com falta de ar, ainda vivia. Não tivera forças para sair dali. Mal sentia-se viva. Queria ter sido esquecida, para esquecer todas as dores. 

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