domingo, 10 de fevereiro de 2013

Alguém para ser ninguém


























Alguém para ser ninguém

Canta andorinha!
Na sagrada manhã ensolarada.
Voa criaturinha,
Pula, canta, dá risada.

Diria eu ironia.  
Pois acordo agora,
Com tamanha euforia,
Vou ao colégio por hora.

Aulas voltaram,
Tempo vai, tempo vem,
Férias que acabaram,
E nem sabe se és alguém...


Pois seja alguém de ponta,
Na sociedade, que é que tem?
Se não pagas conta,
Não és alguém.

Bom? Por mais que seja,
Tenhas qualquer ofício,
E te perceberão, com certeza.
Mesmo que não seja difícil.

Pois entenderá assim,
O que os adultos fazem...
Acham guerra sem fim,
Reclamam e mal sabem!

Reclamam cuidar de criança.
Dizem dor de cabeça,
Mas são elas a esperança,
Para que o mundo não pereça;

Reclamam de cansaço,
Que este é uma desgraça,
Mas sem dar passo,
A vida não tem graça...

Reclamam do resultado,
Do filho, claro. Não dele.
Se responder algo é revoltado!
Mas os pais podem gritar com ele.

Será isso bom?
Mal humor em mim?
Seria dom?
Dizem saber tanto assim...

Pois serei criança...
Criança eterna,
Perpetuando esperança,
Fazendo baderna.

Pois que seja,
Que falem mal,
Por mais velho esteja,
Serei açúcar no sal.

Criança grande,

Grande criança,
Não importa onde ande,
Não seja mera lembrança. 

Engrandeça, pessoa,

Mostre a todos o impossivel,
Que é pessoa boa,
Sem rebaixar teu nível.

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