Talvez seja só mais uma carta entre milhares.

     Fazem quase 3 meses mais ou menos, desde o dia que a gente se conheceu. E naquele dia, não achei que eu seria algo mais do que uma guria na sua lista de contatos. Pra falar a verdade, eu não era interessada em você e nem foi amor à primeira vista, confesso. Juro que não sei o porquê cliquei em “adicionar amigo”.

     Lembro de quando me perguntou por que eu te adicionei, mas não lembro do que eu respondi. E não, não foi por causa do seu cabelinho jogado pro lado e nem por causa do bife estranho no canto da foto. Eu só me simpatizei.

     Lembro que demorou um bom tempo pra gente se falar por msn e eu também pouco estava me importando com isso.

     Passou um tempinho e eu resolvi pedir seu celular, você fez aquela piadinha de mal gosto que me fez te odiar por um segundo, e finalmente me passou. Disso eu sei o motivo, eu precisava passar o meu tempo conversando com alguém, e tentar curar a ferida que eu ainda sentia. E te achei uma boa escolha, mas também não sei porque. Desculpe. Por eu ter tido uma segunda intenção na época, mas eu precisava mesmo de um apoio. E você conseguiu fazer meu tempo passar mais rápido, você conseguiu preencher o vazio que eu sentia.

     E o problema começou alguns dias depois, quando você resolveu dizer “eu gosto da Thais”, aquilo foi pior do que todos os “te amos” que eu recebi juntos, e me abalou mesmo. Creio que foi o que me fez começar a te olhar com outros olhos, coisa que acho que não deveria ter acontecido. Porque eu comecei a gostar de verdade de você.

     E tudo isso deveria permanecer em segredo, porque todos sabem que eu já amei pessoas que moram longe. Eu queria acreditar que eu não estava gostando de verdade de você. Só que não teve mais jeito, meus amigos perceberam que eu estava diferente, porque eu estava. Eu deixava de falar com eles, pra falar com você; eu deixava de olhar pra minha mãe, pra olhar pro meu celular. E eu tive que abrir meu coração, a partir daí, já não era um segredo só meu.

     Mas, meus créditos acabaram, e eu achei que eu não aguentaria ficar sem falar com você. E eu aguentei, passou até rápido. Eu até achei que não te amava mais. Só que... eu coloquei mais créditos, e vi que tudo tinha mudado. As conversas não eram as mesmas, os assuntos mudaram e eu comecei a ter ciúmes de verdade. Achei que você tivesse parado de me amar. O que é a minha dúvida desde o começo.

     Eu pensei incontáveis vezes em desistir, mas como o Charlie dizia (no feminino agora) “A única mulher que eu vou sempre invejar, vai ser aquela que tem o seu coração, porque eu sempre acreditarei que é meu destino ser essa mulher”. E de verdade, eu tinha esperanças que eu fosse essa mulher, até que você me disse um dia “você não é a primeira, nem será a última garota que eu vou amar”, foi aí que oitenta por cento das minhas esperanças se esgotaram.

     E agora o que passa pela minha cabeça se confunde com o meu coração, e eu não faço ideia de qual deles ouvir. Pode ter sido tudo coisa de destino, ou apenas meras coincidências. Não sei.

     Dizem que quando se ama, devemos lutar. Acho que já lutei o bastante, talvez não o suficiente, mas creio que de qualquer forma perderei essa guerra.