quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Malaxofobia


Ou medo de amar, chame como quiser. Esse sentimento de culpa, receio e desejo. Sentir o amor querer explodir e murchar ao mesmo tempo, viver e morrer, arriscar e desistir. Que lado devemos ouvir? A razão? Mas é mesmo racional deixar que sua felicidade se vá assim, de graça, em troca de segurança? Segurança do que? Você conhece alguém que tenha se sentido bem e confortável após terminar algo (ou nem começar) graças ao medo?
 Calma, garota...você ainda não sabe o que faz. Pare de tentar sufocar isso que sente, acreditando que faz o certo. Está com medo de sofrer? Por acaso sabe o que é sofrer? Ouça seu coração: uma hora vai precisar sentir seu peito apertado, seu orgulho ferido, seus ossos esmagados. Com seu medo, só vai adiar essa sensação. A vida não é feita de felicidade. A vida é feita de vitalidade, tentativas, lágrimas e sorrisos. Acha mesmo que vai pular a parte triste? Deixe disso, menina. Entenda que fugindo da dor, você só corre pra mais perto dela. Entenda que você não se sente feliz e completa ao terminar uma relação, tendo ela começado ou não. Portanto, não acha mais satisfatório dar fim a algo que te traz boas lembranças? Arrisque pelas histórias. Arrisque pelos sorrisos. Arrisque também pelas lágrimas, pela inspiração que essas situações nos dão, pela dor que vai aprender a lidar. Comece, mesmo achando que um dia vai acabar. Não é um palpite, é uma previsão certeira. Afinal, tudo tem um fim. A diferença é entre o que valeu a pena antes de acabar e o que não.
 Vida também é feita de aprendizado. Você já sabe temer, não é? Agora é hora de aprender a amar, a lutar, a sofrer e a superar. Você é capaz de enfrentar esse lado escuro que existe ai dentro, e tendo-o destruido -ou ao menos acalmado-, abrir os olhos para o gracioso mundo dos apaixonados. Esses estão o tempo todo a beira de um abismo, prestes a pular e sentir o mar gelado e a as ondas os matando. Mas diga-me, menina, já viu como é bela a visão lá de cima? Isso, tenha certeza, compensa o momento em que vai se sentir afogada nas águas da dor, sendo puxada cada vez mais para o fundo. E se ainda achar que a tristeza passageira falará mais alto que suas lembranças felizes e eternas, não se preocupe; mesmo que demore dias, meses, anos, uma bóia te salvará. Te fará se sentir segura novamente. Te fará querer viver mais uma vez, e sentir a brisa que só aquela beira, daquele abismo, tem.

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