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domingo, 19 de abril de 2015

O que você tem no seu coração?


Tem uma vitrola no meu coração. Ela é responsável pela trilha sonora da minha vida. 

"De onde vem o jeito tão sem defeito que esse rapaz consegue fingir? Olha esse sorriso tão indeciso", tocou, logo que viu o cara por quem, um dia depois, me apaixonei. O primeiro LP repetiu-se nas três ou quatro semanas que o moço cegou-me. Foram 12 canções cheias de "It's just a spark, but it's enough to keep me going" com uma pitada de "O meu desespero é que quando acaba: você fica inteiro e eu fico o pó".

Não ouvi. Me joguei nessa aventura descabida.

Criou mofo na vitrola.

Ela parou de tocar, lentamente substituída pelas canções que o cara dizia serem melhores do que as minhas. Fiquei um tempão ouvindo o que a vitrola dele tinha a dizer. E dizia juras de amor "So if you're lonely, you know I'm here waiting for you. I'm just a crosshair". Ele nunca obrigou-me a ouvir, talvez por isso aquietou-se (a minha vitrola). Não deu um pio - tinha vergonha.

Até que o rapaz me machucou, quis, inconscientemente, que a playlist inteira dele tocasse dentro de mim. E algo no meu coração não queria que coubessem outros LPs ou um single que fosse ali. O medo do que poderia acontecer era a razão da rejeição - por isso doía. "Hate to say I told you so. Alright. Come on. I do Believe I told you so" - minha vitrola voltou a tocar, receosa. E eu sabia, ouvira seus avisos por quatro semanas.

Ela cutucou meu coração, questionando "Now, I need to know is this real love or is it just madness" - quis a verdade.

Hesitei. Apenas loucura, sussurrei.

Decidi esquecer o rapaz. A vitrola voltou a tocar. Tocou músicas que faziam meu corpo inteiro vibrar. A dor foi sumindo até que restou apenas saudade. "I got out, I got out, I'm alive and I'm here to stay. Hey, hey it's fine, I left it behind"


Trechos de:
DE ONDE VEM A CALMA - Los Hermanos
LAST HOPE - Paramore
UM SÓ - Clarice Falcão 
TAKE ME OUT - Franz Ferdinand
HATE TO SAY I TOLD YOU SO - The Hives
MADNESS - Muse 
TWO FINGERS - Jake Bugg

domingo, 26 de maio de 2013

Longe é o lugar onde podemos viver de verdade


 Eu tô te esperando aqui, em frente ao computador, do ladinho da cama onde quero passar noites infinitas com você. Mentira. Nessa cama, só quero passar uma noite contigo. Depois vamos pro mundo, pro além. Conheceremos cada cantinho do nosso país primeiro, perguntaremos a cada sem-teto deitado na calçada se ele precisa de um pão ou de um abraço. Levaremos todos aqueles cachorros de olhos grandes conosco por onde formos. A cada cidade, mais cinco. Quando eles forem muitos, podemos arrumar uma fazenda gigante e uma pessoa com um coração maior que o nosso pra cuidar deles lá. Depois iremos pra Europa, pro Oriente e pra Marte também. Passaremos por hotéis com piso de mármore, onde dançarei toda coberta de espuma naquelas banheiras gigantes e pularemos juntos sobre o colchão de molas. Também ficaremos em albergues sujos cheio de gente criativa e divertida. Iremos à festas onde as pessoas só se divertem com drogas e nos sentiremos as duas pessoas mais incríveis do mundo por ficarmos tão loucos quanto eles só de olharmos um nos olhos do outro. Porque seremos química. Seremos amor em êxtase. Dançaremos tanto! 
 Assistiremos filmes românticos pra eu fazer cara de nojo fingindo que não quero entrar num daqueles roteiros com você, e filmes que nos farão passar a noite discutindo questões filosóficas. Sempre discordaremos, e sempre acabaremos unindo nossos corpos nus no final, esquecendo de toda a discussão. Você me dará flores já murchas que roubou em um jardim bonito enquanto andava pela cidade. Eu sempre tentarei ressuscitá-las e você sempre rirá da minha ilusão ignorante. Trocaremos versos de Cecília Meireles antes do boa noite. 
 Viveremos aqui, ali, em todo lugar. Juntos, mesmo que distantes. Tô te esperando, e mesmo que não venha, já estamos conectados enquanto eu sonho com você e você sonha comigo. Mesmo que não saibamos quem somos. Estamos juntos, agora. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Desacerto.



Eu olhei a lua e você as estrelas. Eu vi desenhos nas nuvens e você procurou encarar o sol. Eu quis a noite e você o dia. Agora eu tento contar de todos os dias em que lutei para nos ajustar, de todas as horas passadas na janela esperando você chegar ou apenas passar. Tento contar de todos os planos que me desfiz, de quantas vezes te refiz e de quantos mundos eu pensei em ir para te esquecer, mas você pareceu me acompanhar. Posso deixar uma gravação na secretária eletrônica, um bilhete pela porta e até uma flor na esquina, tudo para te avisar que amor parte, mas não morre, despede-se, mas é reencontro. Para te fazer entender que um quebra-cabeça com a nossa foto é a minha mais nova invenção. Quando eu te li de trás pra frente, amor, eu nunca mais entrei em ordem.
Desacerto. Eu te leio, você me apaga.

Camila Costa.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Caro moço dos meus sonhos,


Não sei bem quem tu és, por conta da minha falta de atenção e meu desapego à detalhes. Deste modo, peço-lhe minhas sinceras desculpas por dirigir-me apenas ao seu "fluido". Entretanto não se sinta ofendido, pois venho lhe falar de coisas boas.
Gostaria de dizer-lhe como seus olhos azuis tocaram-me a alma ao te ver, mas sequer lembro-me do seu sorriso que realmente me marcara, quem dirá da cor dos teus olhos. Sabes que não são essas as notícias que lhe trago, apenas tento prolongar meus sentimentos - que já devem estar claros à essa hora.
O fato é que, nesses últimos dias tenho passado horas nos meus sonhos ousando reencontrar-te, mas você simplesmente não dá as caras.
Concluo que tu supostamente já saberia do que se tratava esse meu sentimento, por isso tem afastado-se tanto, não é? Sabe que se arriscar aventurar-se, poderá sair machucado. Mas ainda assim posso afirmar-te que sou muito mais frágil. E caso esteja preocupado comigo, não se preocupe, sei me cuidar.
Dizem que quando encontramos alguém nos sonhos, essa pessoa também nos encontra. Por isso, não acha que mereço uma chance? Você sabe, mesmo que não acredite em destinos, não pode ter sido por acaso.
Portanto, onde quer que estejas, se ler isso, me procure nos teus sonhos também. Tenho tanto a lhe mostrar.

Com todo o carinho do mundo,
A garota dos seus sonhos.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Infinitos.


O povo tem a mania de inventar infinitos para tudo que é bom. Amizade, mãe, amor. Os mais ignorantes podem dizer que é bobagem, mas a ideia de que a gente nasce, cresce, encontra o único amor da vida e morre com ele é a maior roubada que existe. O amor só é mágico quando se sente, e termina quando o corpo quer. Nenhuma paixão aqui do mundo passa da alma, move objetos, atravessa o oceano ou entra dentro do vulcão. Quem ama tem atração em algo na pessoa, e é assim que acontece: Você se atrai por uma coisa, mas desconhece outra que pode te machucar mais tarde. Cabe a nós vivermos com o amor do jeito que ele é, e fazer o que for preciso para tê-lo dia-a-dia pela pessoa que amamos. Ainda quer esperar sentado e negar que amou?

domingo, 29 de abril de 2012

Meu amor à primeira vista.


Mudar de colégio não é legal. Principalmente quando não se conhece nada, nem ninguém, e tudo parece coisa de outro mundo, as pessoas te olham torto e os professores fingem uma expressão de boas vindas que soa até convincente. Mas não é sobre isso que quero lhe contar... não exatamente do colégio ser novo, mas das pessoas novas. Mais especificamente, dele.
Foi no primeiro dia de aula. O melhor primeiro dia de aula de todos. O fato é que nem precisei de esforços para tentar fazer uma nova amizade. Porque ele veio até mim junto com o seu sorriso de canto de boca - só não pense que isso fazia dele um charmoso rapaz, pois estava mais para um pré-adolescente com crescimento precoce. Digo isso porque ele tinha, pelo menos, uns 30 cm à mais que eu, e nenhuma maturidade. E eu nunca gostei de rapazes altos, grandes e cheios de músculos, pois tinha um certo medo de que eles me esmagassem. Gostava mesmo era dos medianos, sem músculos exagerados e com cabelo bagunçado. Mas ele... bem, ele era uma exceção.
Um exceção talvez pelo fato de ter sido tão decidido à puxar assunto com a aluna-nova-sem-graça, ou por ter sido tão amável-idiota-engraçado, ou até por ter feito aquela piada completamente sem sentido que me fez dar uma risada (afim de não perder a amizade que eu acabara de ganhar, ou apenas por que ele me encantara). Pensando bem, pode ter sido o fato daquele dia parecer mais um déjà-vu, por ele ser alguém tão parecido com outro alguém, que não sei tão bem quem é, mas que um dia me faria feliz. Talvez ele seja o cara da minha vida que vai contra todos os meus princípios, mas que me parece mais familiar que minha própria família. 

domingo, 25 de março de 2012

Eu me apaixonei.


Quando fiz essa descoberta, fiquei sem reação. Depois, lembrando bem de você e da sua forma de ser, incluindo erros e acertos, luz e escuridão da sua alma, eu me peguei repensando a frase: inevitavelmente eu me apaixonei. Inevitavelmente. 

Camila Costa

sábado, 17 de março de 2012

Lembra?



Depois do cinema, depois que você entrar no carro do seu pai e for embora, eu ainda vou ficar olhando a rua te vendo ir.
Será que você tá indo pensando em mim do jeito que eu tô pensando em você?
Me despedi dos meus amigos e saí andando. Você nem mora tão longe, e não tá tão tarde ainda. Não quero ir pra casa e te encontrar pela tela do computador. Queria é te abraçar, ficar com você.
Queria também saber se você pensa assim também, se também queria estar comigo agora.
Roubei uma rosa num jardim de portão baixo. Cachorrada latindo, tive que sair correndo. Mas valeu a pena. É tão linda... Só a dona da casa que não vai gostar.
Cheguei em frente sua casa e a luz do seu quarto está acesa. Escrevi uma carta tão bonitinha pra você... Não queria mandar por aqui, tenho um pouco de vergonha, mas lá vai:

Seu olhar me fascina e me tira do chão, e até o seu jeito de respirar me encanta. A verdade é que desde que eu te conheci o mundo ficou diferente. E agora até na classe eu fico viajando, o pensamento vai longe te buscar. Sei que existe uma distância bem grande entre a gente, e não tô falando de quilômetros. O que me separa de você é uma saudade imensa e até uma certa timidez de te confessar o que sinto. Não sei se você me vê do mesmo jeito que eu te vejo, mas gostaria que você soubesse que mesmo sem saber você tem mudado minha vida e mexido muito comigo. Eu não falo pra ninguém, mas não é possível que ninguém percebeu o jeito que eu te olho e como fico todo sorridente quando você está por perto. Mas tenho um certo medo de você não gostar disso, ou não gostar de mim, e se afastar de mim. Mesmo que eu nunca venha a te ter pra mim, pelo menos poder te ter por perto é muito melhor do que nunca mais te ver. Pode me chamar de bobo, de idiota, de qualquer coisa, mas queria que você soubesse que ninguém sente por você o que eu sinto agora, e até duvido que um dia vá sentir. Você pode nem comprar essa ideia e acabar se perdendo por aí, se machucar, que infelizmente você não vai poder comparar com o que eu poderia fazer por você simplesmente pelo fato de não querer tentar. Espero que pense bem, e antes de fazer qualquer coisa, que me olhe diferente, que me olhe como eu te olho, e quem sabe você entenda o que eu tô dizendo.

Se você estiver aí, se você estiver me lendo, pisque a luz do quarto...
.
.
.
.
Se minhas palavras conseguiram mudar mesmo que um pouco o seu modo de pensar, pisque mais uma vez...
...
...
...
...
Bom, tudo bem. Você não precisa decidir agora. Eu vou deixar essa rosa aqui. Pegue-a quando quiser, se quiser. Eu vou estar te esperando.
Depois de andar alguns metros, ouvi o portão rangendo ao abrir e batendo com força. Corri de volta prá frente daquela casa mas não te vi, nem sequer seu cabelo castanho. A luz do quarto estava apagada. A rosa não estava mais ali. No lugar, dela, um bilhete, com aquela letrinha pequena e redonda. Dizia: "precisamos conversar".

terça-feira, 13 de março de 2012

Necessidade de sumir.

Oláa pessoas, yo soy a nova postadora daqui u.u me chamo Chessie ok pessoas? Sou meio retards, vão se acostumando ÇLASPÃÇO~ aqui vai um textim que saiu do forno ahora :]

Ás vezes me olho no espelho, e não enxergo mais aquela menina. Penso sucessivamente "Onde foi parar? Será que foi certo?". Será que fui longe demais ou o destino fez de propósito? Fui percebendo que todos precisavam me ver sofrer, me auto-dilacerar sem perceber. Foi aí que errei. Eu sofri, deixando nítido. Foi quando percebi que aquele tal reino encantado não existia. O mundo é cruel, possessivo e mercenário. Mórbido. Aquilo me corroia cada dia mais, e eu me cansava, vi que para meu coração não havia mais concerto que resolvesse. As borboletas no estomago já não obtinham a mesma graça de antes, a ansiedade para lhe ver mudou para uma ansiedade incontrolável para que isso acabasse, o tal de amor não me parecia mais perfeito como os romances dos filmes. Estava sedenta, sedenta de felicidade. Na verdade ainda permaneço assim. Eu me levantei, sensata, mesmo sem um pingo de forças. Quando percebi meu propósito de vida havia mudado. Passou de "Por que não?" para "Foda-se.". Daí que veio a tal necessidade de fugir.

Gostaram? Meninas, voces podem votar no Pós Florescer aqui, por tudo que há de mais sagrado? MUUUUUUITO OBRIGADA!

Beeijos!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Sou tola.


Eu sou mesmo uma tola, mas me sinto deliciosamente tola… podem jogar pedras, magoar, machucar, mas recupero tão rápido que chega a ser impressionante. Tenho facilidade de cicatrização e tiro proveito disso. Está certo que umas feridas são mais profundas e demandam mais tempo para serem fechadas. Não existe milagre. Mas elas fecham. E novamente entrego-me para nova tentativa, mesmo com as chances de novos machucados. Não adianta, sou teimosa, turrona ou qualquer outra palavra que queiram usar para definir-me. Mas ninguém pode contestar o que digo. As provas são as cicatrizes que carrego e cada uma delas traz um nome, um sentimento, uma experiência. E verão que possuo várias com o mesmo nome. Está bem, não sou teimosa. Sou como disse no início, sou tola. Não importo de o ser, desde que sinta alegria no recomeço, na reconciliação, no abraço, no choro. Mais que alegria, sinto satisfação, sinto prazer. Amo as pessoas e o contato com elas. Amo conversar e desbravar outros universos. Amo gente. Amo amar gente.


Leca.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Um dia você volta atrás.


Ele te convence. Chora. Te pega de jeito. E você lembra que ninguém beija como ele, ninguém abraça como ele, ninguém olha como ele, ninguém ri como ele, ninguém te enlouquece como ele. E você decide que ele é o homem da sua vida, afinal, se já sofreu tanto, se envolveu tanto, se ferrou tanto, meu Deus do céu, tem uma coisa muito boa guardada pra mim. Ninguém sofre tanto assim sem recompensa. Se vocês já passaram por tanta coisa juntos é porque o final vai ser feliz.

Clarissa Corrêa

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Palhetas.


Eu, como todo bom roqueiro, estou sempre perdendo palhetas. Não importa quantas a gente compra, enfia em todo e qualquer bolso de calça – elas nunca vão estar lá quando a gente precisa! Já aconteceu, inclusive, de eu subir no palco sem palheta pra tocar, tendo que passar pela situação improvável de pedir para que alguma alma caridosa da platéia me empreste. Eu, como todo bom ser humano, estou sempre perdendo oportunidades. Não importam as inúmeras vezes em que a gente dá com a cara na parede, tem momentos que parece que todos nós estamos viciados na tragédia, como se estivéssemos totalmente acostumados com aquela pilha de problemas indesejáveis, clamando por uma solução .Eu, como todo bom romântico, estou sempre perdendo amores. Não importa tudo o que foi aprendido em experiências passadas. É que eu realmente não consigo me contentar com aquele pensamento de que “o amor é assim mesmo, vem com o tempo e a gente se acostuma”. Falem por vocês, pois eu não concordo nada com isso e sigo à procura. Mas quando a gente procura por uma palheta, ela parece sumir do nosso bolso, bem como as oportunidades que batem à nossa porta enquanto dormimos com a tevê em volume ensurdecedor. Com o amor não é diferente. No entanto, descobri que “procurar”, muito mais do que vestir a roupa de Indiana Jones e sair numa caçada enlouquecida pela pecinha que nos falta, é um estado de espírito. Eu estou aqui, sentado à frente do computador, no conforto do lar. Mas estou procurando. Procurando ser encontrado. E o que me deu a certeza de um final feliz é essa palheta que eu acabei de encontrar embaixo da almofada do sofá. Basta querer ser encontrado.



Lucas Silveira.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Faça mais. Surpreenda.


O que você seria capaz de fazer por mim, afinal? Porque eu sou do tipo de garota que gosta de loucuras de amor, de serenatas na madrugada e botões de rosas no trabalho. Eu sou uma sonhadora! E você sabe, sonhadoras acreditam em príncipes encantados e fadas madrinhas, sem esquecer, é claro, do felizes para sempre. É preciso muito mais que palavras bonitas. Mais que beijos e abraços para cessar uma briga. Preciso de surpresas pela manhã e do seu casaco nos dias de frio. Preciso correr na chuva contigo com o mínimo de roupa possível. Quero acordar certo dia e descobrir que você me sequestrou e que estamos à caminho de uma ilha deserta. E que afinal, se fosse para escolher alguém para viver até a eternidade, você desejaria que fosse eu. Eu preciso disso, de bobeiras e de loucuras. De surpresas.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A minha paixão.


Eu poderia dizer que me apaixonei por você de primeira instância, mas mentiria. Mentiria pois essa paixão nasceu dos detalhes, das palavras, da essência. Nasceu daquilo que na verdade deveria atrapalhar: da distância. Não é uma paixão louca, nem chegaria perto de um amor obsessivo, mas eu diria que é forte e puro o suficiente pra ser seu. Ser meu. É paixão de amigo. Paixão que se não tivesse distante poderia ser mais que isso. Paixão do bem que faz bem e que quer bem. Sentimento que vence qualquer distância, saudade, tempo. Sentimento que tem como sobrenome duas palavras: te encontrar.

Poliane Gonçalves 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Medo do que éramos.


Tem dois lugares que me aterrorizam de verdade. Um deles é de baixo da minha cama, tenho pavor de saber que alguém pode segurar meu pé enquanto eu estiver passando por perto. O outro, é a sua casa. Não por ela ter cara de mal assombrada ou qualquer coisa parecida. Mas porque me dá arrepios passar por ela e me lembrar de todos aqueles momentos. O que não é bom. Afinal, você faz parte do meu passado. No entanto, talvez seja exatamente esse o motivo de tanto medo correndo pelos meus nervos. Deve ser o medo de acontecer tudo de novo, tudo que eu tentei esquecer no decorrer desses três longos anos da minha vida. O medo de você aparecer na porta da sua casa enquanto eu estiver passando e dar aquele sorriso lindo que você sabia que me faria corar. Eu sabia que se isso acontecesse você me olharia nos olhos e seguraria meu queixo para me dar um beijo suave na bochecha, como sempre fez. Era assim que conseguia me deixar sem reações, sem palavras. Eu me sentia tão idiota quando você começava com todo esse seu jeito de galanteador de romances americanos, porque eu não sabia o que fazer, minhas mãos começavam a ficar moles e minhas pernas bambas. Meu coração? Não dava nem pra contar quantas batidas ele dava por segundo. Era uma sensação boa. Muito boa, aliás. Uma pena que não durou. Uma pena por eu ter sido dura demais. Pois pela primeira vez eu pensava com minha cabeça, não com o coração. E esta me dizia pra parar por ali, já que provavelmente eu não aguentaria a dor que viria depois de certo tempo. Foi assim que tudo acabou. Que nós acabamos. "Nós". Até hoje não sei se existiu mesmo nós. Não sei se nós daríamos certo algum dia. Provavelmente não. Mesmo eu usando essa palavra para que aconteça o oposto, já que nos livros de ficção quando alguém acredita no elemento x, no final descobre que estava errado. Portanto, na vida não é assim, certo? É por isso que esses finais felizes (impossíveis na vida real) estão nos livros de ficção. Então prefiro apenas lembrar dos bons momentos que tive contigo. Pois se eu tivesse continuado com tudo aquilo, minhas lembranças sobre você não seriam tão boas assim. Talvez o final "inacabado" seja mais feliz do que o final "acabado".

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Já sentiu isso?


Haverá alguém que lhe fará sorrir mesmo que não percebas. E quando percebestes será tarde demais. Esta pessoa já terá tomado seus pensamentos, e a aquela pontada inusitada quando esse alguém se ausentar, lhe fará entender novamente a palavra saudade. Ela terá o melhor abraço e mesmo aquele defeito que dizias odiar, nela será a parte que você mais amará. […] A partir de um momento, achará sinais que não existem, amará a forma da outra pessoa de proferir palavras, e as piadas que antes eram tão bestas, agora resultarão risadas. As cores estarão mais realçadas, até seu sorriso será mais bobo. Teus livros estarão escritos seus nomes e os mesmos sobrenomes e você rirá desta situação em que chegou. […] Se um outro alguém quiser tirar de ti a atenção dele, haverá este ciúmes incontrolável. De morder os lábios e ranger os dentes. E aquela frase virá a tona: Ele é meu. E queres que isso seja verdade. Pois você se vê dele e espera ser correspondida. […] As músicas agora farão sentido, e não precisarão de cenas de algum filme romântico, não precisarão de rótulos e de bebê para cá, princesa para lá. A não ser que vocês queiram. Um ou o outro, fará derramar uma lágrima indesejada. Mas o bom deste sentimento, que quem lhe magoou, amenizará esta dor. […] E no começo, quando eram apenas sorrisos diários, agora vocês só irão sorrir se puderem ouvir a voz do outro. E não serão o típico ele e ela daqueles textos, pois caso ligues para ela de madrugada, não se sabe se ela atenderá, e você terá que acalma-la pois tirou-a daquele sono bom. Mas dormirão juntos e esta distância do celular já estará resolvida. […] Atenção a isso. Se caso aconteça isso. Não solte este alguém, e se ele disser: Vou embora. O segure, não cometa o erro por ser orgulhoso. Seja para ele o que ele é para ti. […] Pois você não estará apaixonado, você estará respirando aquele alguém.

Melissa Sayuri.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Hora dessas


 A chuva gelada batia na nuca e eu dilatando o tempo no caminhar pela Paulista.

 O conhecido me parou para perguntar sobre você bem na hora em que o pingo danado da chuva acertou meu olho. 

 Esperei o tempo da gota escorrer pelo queixo para dizer "foi melhor assim".

 E a chuva gelada na nuca porque eu não conseguia levantar a cabeça, essa era a verdade. 

 Marina Xisto

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Malaxofobia


Ou medo de amar, chame como quiser. Esse sentimento de culpa, receio e desejo. Sentir o amor querer explodir e murchar ao mesmo tempo, viver e morrer, arriscar e desistir. Que lado devemos ouvir? A razão? Mas é mesmo racional deixar que sua felicidade se vá assim, de graça, em troca de segurança? Segurança do que? Você conhece alguém que tenha se sentido bem e confortável após terminar algo (ou nem começar) graças ao medo?
 Calma, garota...você ainda não sabe o que faz. Pare de tentar sufocar isso que sente, acreditando que faz o certo. Está com medo de sofrer? Por acaso sabe o que é sofrer? Ouça seu coração: uma hora vai precisar sentir seu peito apertado, seu orgulho ferido, seus ossos esmagados. Com seu medo, só vai adiar essa sensação. A vida não é feita de felicidade. A vida é feita de vitalidade, tentativas, lágrimas e sorrisos. Acha mesmo que vai pular a parte triste? Deixe disso, menina. Entenda que fugindo da dor, você só corre pra mais perto dela. Entenda que você não se sente feliz e completa ao terminar uma relação, tendo ela começado ou não. Portanto, não acha mais satisfatório dar fim a algo que te traz boas lembranças? Arrisque pelas histórias. Arrisque pelos sorrisos. Arrisque também pelas lágrimas, pela inspiração que essas situações nos dão, pela dor que vai aprender a lidar. Comece, mesmo achando que um dia vai acabar. Não é um palpite, é uma previsão certeira. Afinal, tudo tem um fim. A diferença é entre o que valeu a pena antes de acabar e o que não.
 Vida também é feita de aprendizado. Você já sabe temer, não é? Agora é hora de aprender a amar, a lutar, a sofrer e a superar. Você é capaz de enfrentar esse lado escuro que existe ai dentro, e tendo-o destruido -ou ao menos acalmado-, abrir os olhos para o gracioso mundo dos apaixonados. Esses estão o tempo todo a beira de um abismo, prestes a pular e sentir o mar gelado e a as ondas os matando. Mas diga-me, menina, já viu como é bela a visão lá de cima? Isso, tenha certeza, compensa o momento em que vai se sentir afogada nas águas da dor, sendo puxada cada vez mais para o fundo. E se ainda achar que a tristeza passageira falará mais alto que suas lembranças felizes e eternas, não se preocupe; mesmo que demore dias, meses, anos, uma bóia te salvará. Te fará se sentir segura novamente. Te fará querer viver mais uma vez, e sentir a brisa que só aquela beira, daquele abismo, tem.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O coração, o jardim e o beijo.

 
-Acho que precisamos conversar.
  -Sobre o que?  Sobre como sou orgulhosa, medrosa e infantil? Não se dê ao trabalho, muitos outros já fizeram isso por você. Aqueles outros que, sabe-se lá porque, entraram numa coisa que era minha e sua e tomaram nossas dores. Aqueles outros que multiplicaram sei lá quantas vezes nossa dor. Pode deixar, eles já fizeram sua parte, a minha, a da consciência, a da inconseqüência...pensaram e agiram por nós, fizeram o que temíamos. Sentiram por nós.
 -Caramba! Eu só disse que precisávamos conversar, e você já foi soltando tudo desse jeito? Bobona. Tenho cada vez mais certeza do quão frágil você é à minha presença. É só eu chegar perto e...puf! Você abre essa boca, esse coração e não os fecha mais. Eu mando em tudo isso ai.
 -Cala essa boca.
 -Eu te amo.
 -Jura?! Obrigada por confirmar, eu estava com medo que as confissões, declarações e momentos que passamos juntos nesses dez anos não passassem de uma mentira. Tava com medo que as centenas de vezes que me disse isso fossem da boca pra fora. Ufa! Tirou um peso dos meus ombros! Obrigado por me aliviar, seu fofo.
 -Amo seu sarcasmo, também. Amo tudo em você.
 -Olha aqui, é sobre isso que você quer conversar mesmo? Já não te disse que seu trabalho está feito, por você e por muitos outros? Eu já sei que me ama! Entendi o quanto sente minha falta! Mas já que quer discutir mais uma vez tudo o que já foi ingerido, mastigado e vomitado, vamos lá. To sem o que fazer mesmo. Pode começar agora a parte em que me diz o quanto mudou.
 -Por favor, para com isso. Até quando vai viver com essa merda de orgulho ai dentro, hein? Quando vai entender que a cada dia, a cada conversa que temos e você sai distribuindo grosseria e ignorância, o orgulho vai deixando seu coração mais sujo, apertado e gelado? Por que não consegue me ouvir e considerar minhas palavras, entendê-las ao invés de pensar em uma resposta pra tudo? Você se acha invencível, não é? E odeia que eu esteja por perto porque sou o único que consegue te convencer o contrário. Te lembro o quão fraca e sensível pode ser. O quanto pode amar.
 -Você falou sobre meu coração, né? Que feio! Um homem grande como você, ainda acreditando nessa metáfora boba? Disse que me lembra de certas coisas. Vou te lembrar de uma também: coração é um órgão que serve única e exclusivamente pra bombear nosso sangue e fazer a coisa toda funcionar. Você sabe muito bem disso, afinal o seu anda com problemas e tem coisa funcionando errado ai. Só não digo que essas besteiras que fala são conseqüência da sua doença porque também é cientificamente errado. Essas porcarias tão saindo do seu cérebro. Esse cérebro genial, que serve pra decorar nome de bebida, cantada barata pra conseguir sexo fácil e sua frase preferida, “eu te amo”. Parabéns, tá fazendo um ótimo uso da única coisa que ainda funciona direito em você! Lindo.
 -Quer falar sobre minha doença, agora? Sobre eu estar morrendo e poder não estar aqui amanhã ou depois, quando você finalmente perceber o que o medo acabou fazendo contigo? Quanta coisa o medo te fez perder?
 -Até quando vai usar isso pra me fazer chorar?
 -Até que essas lágrimas cheguem ao seu coração, reguem esse jardim morto ai dentro e façam tudo colorido e claro novamente.
 -Pare de ser piegas! Cadê suas frases sujas, agora? Cadê você me chamando pra sua cama?
 -Você mesma disse que essas coisas saem da minha cabeça, menina. Sabe que eu não penso só da cintura pra baixo.
 -Podemos encerrar isso? Desculpa, mas me deixei levar mais uma vez e agora não sei o que estamos fazendo e pra onde estamos indo, pra variar. Tudo isso já foi dito e repetido, e aonde chegamos? Que tal acreditarmos que estamos no fundo do poço, pra que possamos desistir? Aliás, pra mim o fim já chegou e se instalou. Não sei por que ainda pensa nisso.
 -A quem está tentando enganar, sua boba? Eu e você sabemos que pensa nisso tanto quanto eu.
 -Que seja. Estou tentando não pensar, e você não deixa. Será que eu não posso ter mais de dois meses de paz interna? Ninguém deixa! Você, os outros! A merda do coração! A merda do cérebro!
 -Viu? Assumiu.
 -Sim. Feliz agora? Porque eu não estou. A dor voltou, e lá vou eu pra guerra, mais uma vez. Você ainda conta? Porque eu já desisti. Foram tantas vezes que batalhamos a favor e contra isso, que olha, os números saíram do meu controle...
 -Sim, eu ainda conto. Conto porque quero ter o numero exato, o mais surpreendente e impressionante possível, pra que possamos compartilhar com nossos filhos e mostrar pra eles como vale a pena lutar pelo que se ama.
 -Merda. Me beija logo, idiota.

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