Mostrando postagens com marcador Amizade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Amizade. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Carta para uma Thais adulta.


14 de dezembro de 2013

Querida Thais do futuro,

Como você está?

Hoje é seu aniversário! Quantos verões você já comemorou desde o dia em que eu escrevi isto pela primeira vez? Já conseguiu conquistar todas as metas da sua vida? Você ainda lembra para quantas pessoas prometeu sua amizade eterna? Você pelo menos ainda mantém um mínimo de contato com eles? Porque eles eram seus melhores amigos e você até chorou quando foi embora. Você lembra quem são eles, e lembra dos seus sobrenomes e suas personalidades? Você conheceu novas pessoas? Abandonou as outras? Você sabe o quanto no fundo eu queria que fosse pra sempre. Por falar nisso, continua desacreditando no pra sempre? Você descobriu se aqueles seus "amigos" que saíram da sua vida do nada eram realmente seus amigos? Quebrou a cara tantas vezes como eu imagino?

Ah, espero tanto que você tenha conseguido comprar a casa dos sonhos da sua mãe. Como ela está, aliás? Feliz? Ela finalmente está aproveitando tudo que ela sempre mereceu? E seu pai? Ele conseguiu um bom emprego para mostrar como ele é excelente em tudo? Você vê ele sempre agora? Não me diga que o vê uma vez em anos... Você já passou muito tempo longe dele! E seus irmãos? Eles estão bem sucedidos como espero que estejam? Como eles são grandes, crescidos, adultos? Continuam os mesmos? Oh, Deus, espero que vocês não tenham brigado e ficado distantes sem saber notícias uns dos outros. Você continua orgulhosa dos irmãos que tem?

E como vai sua saúde? Você tem cuidado da sua alergia? O alzheimer já te atacou? Você continua esquecida e avoada como sempre foi? Conseguiu arranjar o trabalho dos seus sonhos ou ao menos descobriu qual é o trabalho dos seus sonhos? Não venha me dizer que está atrás de um balcão de escritório desperdiçando todo o talento que tinha. Também não me diga que ficou presa na sua cidade natal sem fazer o tur mundial como sempre desejou.

E seus amores? Continua se apaixonando pelos caras errados ou já encontrou sua alma gêmea? Você não anda tentando destruir seus próprios relacionamentos como costumava fazer, certo? Diga-me que finalmente encontrou o rapaz dos seus sonhos! Já casou? Sua festa de casamento foi a sós com seu noivo em algum lugar do planeta, como você sempre quis? Ele é um cara bacana? Ou você simplesmente virou uma senhora que cuida dos idosos no asilo da sua cidade? Espero pelo menos que esteja fazendo algum bem à humanidade.

Como está a humanidade? Continuam destruindo o mundo? Ainda existem árvores? Por favor, diga-me que sim! Não quero ver meus filhos e netos morrendo porque vocês destruíram o planeta. Você já tem filhos? Quantos e quais seus nomes? Não vejo a hora de conhecê-los, fico ansiosa só de imaginar a possibilidade. Você vai educá-los como foi educada, certo?

Não quero ouvir que seu maior sonho é voltar no tempo, ou que sua vida foi desperdiçada, ou que não vê sentido em viver. Enfim, eu só quero que você esteja muito feliz, independente de qualquer pergunta não respondida. Que você tenha feito as melhores escolhas que poderia, e que, caso você não tenha feito nada disso... FAÇA! Ainda dá tempo, acredite.

Com carinho,

Uma Thais adolescente.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Não chora sozinha.

Foto: Eylul Aslan

Ei, pequena, já faz uns bons dias que não te vejo mais sorrir como antes. Sua feição de tristeza é realmente encantadora pra falar a verdade, mas honestamente, eu prefiro muito mais quando você transborda alegria. Sei que não sou o melhor amigo do mundo, nem faço piadas tão legais quanto as suas (que nem são piadas, mas me fazem rir), só que eu sei ouvir. Ouviria o dia inteiro suas lamentações sobre a vida. Se você não quisesse, eu não daria um pitaco sequer. Até porque não tenho lá muitos bons conselhos pra dar - você que é a parte vivída da nossa amizade.

Me dei conta uns dias atrás que tu é um  mistério muito grande. Tem horas que eu te olho e tenho vontade te rasgar inteira, camada por camada, pra descobrir tudo o que você sente. Como se seus sentimentos fossem vazar do seu corpo e pairar pelo ar. Seria um jeito "fácil" de te conhecer melhor. 

Talvez você tenha algum tipo de senha que se eu acertar conseguirei acessar seus dados mais profundos - tudo isso soa um pouco macabro, meio perseguidor, mas só queria que seu sofrimento acabasse, sabe? Não tem como viver sofrendo sozinha, pequena. Entenda que seus amigos estão aí pra isso. Juro que se você vier, eu te ouvirei. E colherei todas as suas lágrimas no meu moletom preferido. E te darei o colo que quem quer que tenha te machucado não te deu. Você só precisa vir. Se não quiser, nem precisa desabafar... só ficar. Tudo o que eu quero é ver o seu sorriso despreocupado novamente.

Pequena, divide seu sofrimento comigo e te asseguro que vai doer bem menos.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Não foi sobre amor.



Eu nunca te amei. Mas hoje senti sua falta. 

Lembra do dia que você fez a melhor baliza do mundo, no meio de dois carros que estavam muito mais juntos que o normal? Senti falta disso. Da sua habilidade com carros. Das fininhas que tirava ao passar perto e rápido demais de qualquer outra coisa. Senti falta do frio na barriga que isso me causava (misturado com a certeza de que eu estaria a salvo nas suas mãos). Quantas foram as vezes que andei contigo e senti-me sua mulher... Sua companheira! Você tinha um ar de grandeza quando dirigia. Parecia um homem revestindo o corpo de um menino.

Senti falta do nosso sexo. Eu adorava nosso sexo! Provavelmente um dos topos da lista de melhores na cama (não que eu tenha uma lista). Mas você se importava. Com você, mas principalmente comigo. Eu amava só deitar contigo depois. Você geralmente falava demais e por vezes eu não prestei atenção no que saía da sua boca... O que me chamava a atenção eram outros detalhes, como seu sorriso bobo quando contava uma piada que eu fingia ter achado graça, ou sua barba por fazer que te fazia cócegas quando eu o acariciava.

Sinto saudade de estar do seu lado. De me envergonhar quando você entrava na sala onde eu trabalho. De pedir pra você ficar só mais um pouquinho e conseguir fazer você ficar até a madrugada. Saudade de ser idiota e não me sentir inferior por isso, porque você sempre foi meu companheiro de idiotice. Sinto falta até de você soltando pum e dando risada, porque só soltamos pum na frente de quem realmente gostamos.

Eu nunca te amei, mas o tanto que você me fez bem foi suficiente pra eu nunca te esquecer. E, de verdade, eu nunca esquecerei. Você será sempre uma parte da minha vida de eternas boas lembranças. Tudo com você era bom demais pra ter sido amor. Talvez fosse algo perto disso. O que nós tínhamos era leve demais, livre demais, saudável demais. Você preenchia o buraco do amor com outras coisas que só você tinha. Qual era o seu segredo? Nunca descobri. Talvez... um dia se tornasse amor. Sabe aquele tipo de amor que é construído com o decorrer dos anos e que só cresce, nunca diminui? Acho que é isso. Não foi sobre amor. Mas poderia ter sido.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Carta para uma Thais adulta.


14 de dezembro de 2013

Querida Thais do futuro,

Como você está?

Hoje é seu aniversário! Quantos verões você já comemorou desde o dia em que eu escrevi isto pela primeira vez? Já conseguiu conquistar todas as metas da sua vida? Você ainda lembra para quantas pessoas prometeu sua amizade eterna? Você pelo menos ainda mantém um mínimo de contato com eles? Porque eles eram seus melhores amigos e você até chorou quando foi embora. Você lembra quem são eles, e lembra dos seus sobrenomes e suas personalidades? Você conheceu novas pessoas? Abandonou as outras? Você sabe o quanto no fundo eu queria que fosse pra sempre. Por falar nisso, continua desacreditando no pra sempre? Você descobriu se aqueles seus "amigos" que saíram da sua vida do nada eram realmente seus amigos? Quebrou a cara tantas vezes como eu imagino?

Ah, espero tanto que você tenha conseguido comprar a casa dos sonhos da sua mãe. Como ela está, aliás? Feliz? Ela finalmente está aproveitando tudo que ela sempre mereceu? E seu pai? Ele conseguiu um bom emprego para mostrar como ele é excelente em tudo? Você vê ele sempre agora? Não me diga que o vê uma vez em anos... Você já passou muito tempo longe dele! E seus irmãos? Eles estão bem sucedidos como espero que estejam? Como eles são grandes, crescidos, adultos? Continuam os mesmos? Oh, Deus, espero que vocês não tenham brigado e ficado distantes sem saber notícias uns dos outros. Você continua orgulhosa dos irmãos que tem?

E como vai sua saúde? Você tem cuidado da sua alergia? O alzheimer já te atacou? Você continua esquecida e avoada como sempre foi? Conseguiu arranjar o trabalho dos seus sonhos ou ao menos descobriu qual é o trabalho dos seus sonhos? Não venha me dizer que está atrás de um balcão de escritório desperdiçando todo o talento que tinha. Também não me diga que ficou presa na sua cidade natal sem fazer o tur mundial como sempre desejou.

E seus amores? Continua se apaixonando pelos caras errados ou já encontrou sua alma gêmea? Você não anda tentando destruir seus próprios relacionamentos como costumava fazer, certo? Diga-me que finalmente encontrou o rapaz dos seus sonhos! Já casou? Sua festa de casamento foi a sós com seu noivo em algum lugar do planeta, como você sempre quis? Ele é um cara bacana? Ou você simplesmente virou uma senhora que cuida dos idosos no asilo da sua cidade? Espero pelo menos que esteja fazendo algum bem à humanidade.

Como está a humanidade? Continuam destruindo o mundo? Ainda existem árvores? Por favor, diga-me que sim! Não quero ver meus filhos e netos morrendo porque vocês destruíram o planeta. Você já tem filhos? Quantos e quais seus nomes? Não vejo a hora de conhecê-los, fico ansiosa só de imaginar a possibilidade. Você vai educá-los como foi educada, certo?

Não quero ouvir que seu maior sonho é voltar no tempo, ou que sua vida foi desperdiçada, ou que não vê sentido em viver. Enfim, eu só quero que você esteja muito feliz, independente de qualquer pergunta não respondida. Que você tenha feito as melhores escolhas que poderia, e que, caso você não tenha feito nada disso... FAÇA! Ainda dá tempo, acredite.

Com carinho,

Uma Thais adolescente.

Ps: Este texto também está programado para ser publicado daqui exatos 10 anos, eu não ia escolher data, mas achei melhor já deixar programado, já que provavelmente eu vou esquecer que esse texto existe. Espero que este blog exista até lá! Se não existir, eu dou um jeito de ler esse texto novamente. Vocês ainda verão a resposta para essa carta (espero)!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Parabéns.




Aniversário é uma das coisas mais bonitas para serem comemoradas. Em controvérsia sou desnaturada demais para lembrar de qualquer um deles (até das pessoas mais importantes na minha vida). Só que não o seu. Por algum motivo era fácil demais saber o mês, o dia, e até, quem sabe, a hora que você nasceu. 

Anotei seu nome no dia do seu aniversário e na frente dele desenhei um coração. A data era prevista para dali meses, e ainda assim eu tinha certeza que estaríamos juntos até lá. Ou talvez eu tenha feito aquele rabisco justamente para me lembrar de que eu não deveria correr de ti, pelo menos até esse dia. 

Os meses passaram voando, e neles, muitas lágrimas derramadas e muitos clichês repetidos sucessivamente aconteceram. Nós já não éramos mais os mesmos. Eu já não era mais a mesma. Provavelmente meu sentimento por você também tivesse mudado.

Provavelmente. 

É só mais um cara na sua vida, eu repetia isso pra aquela coisa vermelha que bate dentro do meu peito.

Logo chegaria seu aniversário... Logo veria na minha agenda o seu nome seguido de um coração... Logo abalaria-me por não poder te dar feliz aniversário do jeito que eu queria.

Para minha surpresa, uma semana antes o alarme do meu celular tocou. Não era alarme para acordar, nem para tomar anticoncepcional, e nem era qualquer nota sobre as tarefas para amanhã. Era um lembrete seu, agendado há meses atrás para eu comprar seu presente de aniversário.

Eu quis chorar.

O dia chegou e eu não poderia deixar de te parabenizar. Fui o mais breve possível só pra te lembrar que: não, bonito, eu não te esqueci. E que, apesar de tudo, tudo que eu quero é te ver feliz. É claro que meu coração preferia te ter comigo... - Minto. Meu coração não vê outra possibilidade senão estar contigo. Ele (o coração) não consegue entender que você pode ser feliz sem mim. Mas é fato: sua felicidade nem esbarra no que eu chamo de minha vida. 

Respirei fundo.

No final do dia aquele dia era só mais um dia qualquer.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

There is something beautiful.


     Tudo parecia barulhento demais naquela varanda outrora silenciosa. Por que eles não te gostam de ouvir, como eu? - pensei, indignada. Não fazia sentido estarem alheios a tamanha beleza. Talvez ouvir-te tocando aquele violão (que recusava-se a afinar), fora a melhor coisa que poderia estar acontecendo. E mesmo que eu fosse a única ali - quase colada a ti - que quisesse te ouvir, era óbvio que aquele era um momento que deveria ser guardado.
     Te ouvir era tão bom que eu poderia deixar tudo de lado só pra ver seus dedos dedilharem à vontade naquele monte de cordas, que acompanhavam sua voz aos sussurros cantando músicas que eu sequer fazia ideia que existiam, mas que soavam perfeitas interpretadas por você.
     Percebi que não te ouvia há tempos, pois mal lembrava da tamanha habilidade que você carregava. Seus dedos, mais ágeis que antigamente, faziam um trabalho belíssimo executando solos e dedilhados que eu nunca aprenderia. Sua paixão pela música gritava dentro do teu peito, querendo explodir, querendo dizer pro mundo que dinheiro nenhum pagaria sua felicidade por ouvir aquelas notas que saiam do teu violão.
     Era tão bonito.
     Eu quis chorar, uma hora. Mas chorar em público não estava nos meus planos. Só que era tão bonito. E eu tive tanta saudade disso que desejei que aquele momento nunca mais acabasse. Era incansável. Você era incansável.
      Senti saudade de como tudo era antes. De te ver todos os dias, te abraçar.
     Perguntei-me se alguém estaria amando-te tanto quanto suas canções soavam apaixonadas. Perguntei-me se estariam cuidando de ti, como você sempre cuidou de mim. E perguntei-me se este alguém também gostava tanto de te ouvir como eu. Porque deveria.

domingo, 26 de maio de 2013

Longe é o lugar onde podemos viver de verdade


 Eu tô te esperando aqui, em frente ao computador, do ladinho da cama onde quero passar noites infinitas com você. Mentira. Nessa cama, só quero passar uma noite contigo. Depois vamos pro mundo, pro além. Conheceremos cada cantinho do nosso país primeiro, perguntaremos a cada sem-teto deitado na calçada se ele precisa de um pão ou de um abraço. Levaremos todos aqueles cachorros de olhos grandes conosco por onde formos. A cada cidade, mais cinco. Quando eles forem muitos, podemos arrumar uma fazenda gigante e uma pessoa com um coração maior que o nosso pra cuidar deles lá. Depois iremos pra Europa, pro Oriente e pra Marte também. Passaremos por hotéis com piso de mármore, onde dançarei toda coberta de espuma naquelas banheiras gigantes e pularemos juntos sobre o colchão de molas. Também ficaremos em albergues sujos cheio de gente criativa e divertida. Iremos à festas onde as pessoas só se divertem com drogas e nos sentiremos as duas pessoas mais incríveis do mundo por ficarmos tão loucos quanto eles só de olharmos um nos olhos do outro. Porque seremos química. Seremos amor em êxtase. Dançaremos tanto! 
 Assistiremos filmes românticos pra eu fazer cara de nojo fingindo que não quero entrar num daqueles roteiros com você, e filmes que nos farão passar a noite discutindo questões filosóficas. Sempre discordaremos, e sempre acabaremos unindo nossos corpos nus no final, esquecendo de toda a discussão. Você me dará flores já murchas que roubou em um jardim bonito enquanto andava pela cidade. Eu sempre tentarei ressuscitá-las e você sempre rirá da minha ilusão ignorante. Trocaremos versos de Cecília Meireles antes do boa noite. 
 Viveremos aqui, ali, em todo lugar. Juntos, mesmo que distantes. Tô te esperando, e mesmo que não venha, já estamos conectados enquanto eu sonho com você e você sonha comigo. Mesmo que não saibamos quem somos. Estamos juntos, agora. 

sábado, 6 de abril de 2013

Felicitações à um exímio escritor.

Sim, K e Rach em New York hahaha

    Confesso que nunca fui do tipo que sabe comemorar aniversário alheio. Um presente, um abraço, os votos clichês de um ano perfeito  sempre bastaram como tudo aquilo que eu poderia proporcionar no aniversário de uma pessoa comum, uma daquelas que você conversa muito mais através do Facebook do que pessoalmente, que te diz um 'bom dia' automatico, e que você retribui com um sorriso e uma saudação ainda mais robotizada. Entretanto, existem os especiais.

   Especiais. E nesse caso, não apenas um reles adolescente numa reles cidade, mas sim uma grande alma dentro de um mundo confuso e obscuro, preso numa complexa epifania de sonhos e talento. Alguém cujo as vontades e a coragem são tão grandes que possuem a capacidade de engolir os dilemas, cujo a personalidade é tão marcante que pouco importa se não concordam. E é desse tipo de pessoa, que me encontrei pensando durante um longo tempo, enquanto rascunhava algumas frases soltas numa folha de papel.

  Como presentear alguém tão parecido como, mas ao mesmo tempo tão diferente?
  Como presentear alguém que no meio do infinito de sonhos me completa e me entende de maneira tão prática a ponto de me conhecer melhor que muitas pessoas que conheço a uma porção de anos?
Porque um dia, ele mesmo me disse que o tempo é algo relativo. Aquela doce madrugada, enquanto ríamos em mais uma de nossas históricas conversas insanas via sms, onde chegamos a conclusão que não importava se nos conhecíamos há praticamente um ano ou há séculos, pois o sentimento era de que nos conhecíamos há décadas.

  E se tem uma coisa que percebi enquanto filosofava, é que quando se tem um amigo de verdade como tu - desses que ultrapassam as barreiras do coleguismo prático-  quando faz aniversário, quem deveria comemorar deveria ser eu, e não você. Até mesmo porque, o que seria das madrugadas sem nossos sms loucos, das saídas de almoço, do clube dos escritores, de Machado de Assis e Jane Austen, de Blaine e Britney, Kurt e Rachel...?

  E que assim então, comemoremos este seu aniversário juntos.
          Não apenas por hoje, mas por uma eternidade inteira.


                         Parabéns Sr. Vitor Kenzo! Vida longa à meu irmão !
                          De sua irmã e melhor amiga que você entende de dentro pra fora,

                                 Bárbara Aoki



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Desapareci.


Num minuto ali, e no outro noutro lugar. Fui sem avisar, não deixei rastros ou migalhas. Não queria ser encontrada. Por isso espero que no meio do caminho você não se lembre do perfume que eu costumava usar especialmente para encontrar-te, porque ainda posso sentir resquícios dele escondidos comigo. Você sabe que é mais fácil assim, sem abalar-me com palavras que sei que sairiam da tua boca. Não deve ser complicado entender, mas se tentasse obrigar-me a falar, eu não conseguiria mais olhar seus olhos do mesmo jeito. Ainda assim, escondida, meu corpo pede por você! Meus dedos procuram os seus na cadeira vazia ao lado, minhas pernas abraçam as milhares de almofadas que simulam seu corpo, e meu coração bate mais rápido quando te vê nos sonhos que pouco me lembro.

Dias atrás, enquanto você me olhava nos olhos implorando por uma resposta da pergunta casual que não prestei um teco de atenção, tudo que eu conseguia pensar era em quão irritado você ficaria se eu tentasse te beijar. Será que valia a pena arriscar nossa amizade? Maldito amigo. Quero mais que isso. E você nunca saberá, porque eu fugi acovardada pelo medo de não ser correspondida. Isso mesmo que sou: uma covarde. Pelo menos meu coração ainda está intacto, sem ferimentos graves nem possíveis fraturas irreversíveis. No entanto, lá no fundinho, tenho esperanças do teu coração olhar pro meu e se apaixonar. Se isso acontecer, nós - eu e meu coração - esperamos que você nos diga como é isso, para gritarmos que sempre sentimos o mesmo.

Até lá tentarei conformar-me com seus sorrisos no meio da multidão, e nossos olhares que se cruzarem (o meu imaginando que você guarda um amor enorme por mim). Me conformarei que nossa história é só mais uma, como todas as outras. Me contentarei esperando ansiosamente que você veja o quanto somos feitos um pro outro. Me contentarei mesmo sabendo que sua resposta poderia, quem sabe, ser um sim. Um sim. Quem dera. Um sim.

sábado, 7 de julho de 2012

Assustadoramente amiga.


Seu coração não aceitava meios termos. Se estava quente, estava fervendo; se estava frio, congelando. Era feita dos extremos. Ou escondia do mundo, ou falava na cara. Não sabia o que era ficar em cima do muro. E também não tinha limites. Não sabia dos limites. "Limites?", perguntava. Virava as costas para as consequências, e nem ligava para sentimentos alheios. Sua autoestima era assustadoramente alta, por isso (e talvez outros motivos) só pensava nela, mas sabia bem que para conseguir o que queria precisava aparentar qualquer interesse pela felicidade dos outros. Sendo assim, fingia ter amigos para que estes lhe trouxessem bons frutos. Fora sempre assim: fazia amigos com a mesma facilidade que os perdia. Claro, nem todos se afastavam, até porque as energias que irradiavam dela era suficiente pra manter qualquer coração aquecido. Ela era assim, facilmente impressionável. Encantadora. Impossível seria não amá-la. Até, claro, conhecê-la a fundo. Foi por isso que a perdi. Foi por conta de todos os erros que ela passou a cometer. Foi por conhecer alguns de seus segredos que por muito tempo permaneceram bem escondidos. Ela não é má. Não é isso. Ela apenas foge do que eu preciso ao meu redor. Ela apenas me decepcionou, como pessoa, como amiga. Não estou dizendo que não podemos ter segredos, pois quem não os tem? Eles só não precisam vir acompanhados de mentira... De sujeira.
Apesar de tudo, se me perguntarem, não me arrependo do que vivi com ela. Foram ótimos dias, de muita cultura e risadas. Mesmo assim, esta é a minha decisão: me afastar. Não quero prejudicá-la, mas nem por isso preciso continuar fingindo uma amizade que já não existe mais. Então não digam que devo dar-lhe uma segunda chance. Assim como ela teve seus motivos para fazer o que fez, tenho os meus para não confiar mais em qualquer palavra que saia da boca dela.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Por um triz.


Se eu tivesse uma doença letal, daquelas que não te impõem uma data, mas que dizem que é pouco tempo, jogaria tudo para o alto e viveria a vida que eu sempre quis. Largaria colégio, emprego, e qualquer outra obrigação que remeta ao futuro. Comeria todos os doces mais gordurosos do mundo, e beijaria os rapazes mais bonitos daquela festa. Leria os livros mais caros da prateleira e viajaria o mundo conhecendo novas pessoas e novos amores. Não me apegaria à ninguém, claro. Visitaria a Torre Eiffel, as pirâmides do Egito, e os parques e museus do Canadá. Passaria as noites na beira da praia e dormiria de baixo das estrelas. Ah, faria tanta coisa. É claro, seria tudo na medida do possível. No entanto, veja só como a vida é engraçada: eu só viveria "feliz" a partir do momento que a vida estivesse por um triz. É como se na minha convicção eu existisse pra sempre. É como se eu tivesse certeza de que morrerei depois dos 90, por isso teria anos de vida pela frente. É como se eu adiasse essa felicidade porque supostamente viverei tempo suficiente para que ela chegue e permaneça.
"Vivo" o hoje pensando no futuro, quando ele pode nem existir. Talvez eu morra amanhã... de infarto, ou assassinato, ou atropelamento. Eu sei, há infinitas possibilidades. Mas por algum motivo não deixo de pensar que preciso estudar, cursar uma faculdade, trabalhar, ganhar dinheiro, casar, e finalmente, quem sabe, ser realmente feliz. Talvez isso seja culpa da sociedade que nos impõe tais "metas" para a vida. Mas talvez isso seja minha culpa por apenas acreditar neles, sem contestar qual é o real propósito da vida.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Gosto


Gosto do jeito desengonçado dele correr, e também das veias que saltam sua pele quando fica nervoso. Gosto das suas grandes mãos que fazem delicados carinhos, mas que não se comparam com seus braços que me protegem contra os perigos da madrugada. Gosto quando ele me olha nos olhos e diz qualquer bobagem que me faça rir, mas gosto ainda mais quando ele abre um sorriso ao me ver de longe. Gosto das suas tentativas de me fazer ficar com raiva, e também das broncas depois eu dar algum vexame. Gosto do formato meio quadrado da sua mandíbula e do seu nariz quase tão fino quanto um palito. Gosto do seu jeito de brincar com as crianças, e também do seu talento nato de cozinhar maravilhas que nem eu sei fazer. Gosto de quando ele me segura pela cintura e rodopia feito um bebê, e também das horas que não se brinca com ele não. Gosto dele como um todo, e também de cada detalhe.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Prefiro conto de fadas.


Neles, apesar do mau existir, o bem sempre vence no final. Na vida real, não se sabe nem quem é mocinho, e quem é vilão; imagina pra saber quando é o fim. Veja na minha história: os supostos mocinhos se tornaram vilões; o suposto amor se tornou sujeira (que aliás, fedia a infidelidade); e a suposta moral virou "Olhe com olhos desconfiados. A traição pode estar debaixo do seu nariz". Veja você mesmo: não estou nem usando um vocabulário rico, cheio de palavras enfeitadas. Isso porque estou decepcionada com meu suposto conto de fadas que se tornou apenas uma história da vida real. Dessas que não são fantasiosas, nem possuem fadas ou unicórnios. Das que não fazem nem sentido contar. E este é o suposto fim... Ou não. Mas gosto de acreditar que não terão novas discórdias e piores decepções. Afinal, a história não precisa ter um final feliz, precisa apenas... Acabar.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Me deixa?


Me deixa entrar na sua vida bagunçada, que juro nem ligar para os destroços deixados pelos cantos. Me permite te olhar nos olhos, que prometo não reparar no cansaço deles. Me deixa chegar devagar, sem avisos prévios; mas me promete que ficará, que lhe garanto não te machucar.
Só te quero reparar nos mínimos detalhes, mas não vou te julgar. 
Me deixa ver suas covinhas que sorriem junto com seu riso, e juro que sorrirei das suas piadas maliciosas. Me deixa te fazer cafuné, e lhe prometo que não falarei mal dos teus cabelos. Me deixa te abraçar de verdade, que juro não te apertar demais. Me deixa te ligar na madrugada e te pedir pra ir na sua casa, que prometo ficar quietinha enquanto te olho dormir. 
Só te quero sentir o mais próximo possível, mas juro não ficar no seu pé todo minuto. 
Me deixa te morder no braço, que juro não deixar roxo. Me deixa te ouvir cantar, que prometo lembrar de cada palavra melodiosa. Me deixa chegar mais perto, e prometo te cozinhar a melhor macarronada do mundo. Me deixa te segurar quando for cair, e juro que não lhe soltarei nos seus piores dias.
Só te quero bem. Juro, meu bem.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Acorda, menina.


Só porque ele te olha nos olhos e sorri - aquele sorriso torto e meio sem jeito - não quer dizer que ele queira seu sorriso de volta. Quando ele segura suas mãos, não é porque ele precisa sentir o roçar das suas peles. E aquelas vezes que ele te abraçou, foram abraços que não significavam proteção. Ele faz isso porque é menino. Menino de tudo, sem medos, sem preocupações. Ele só te quer por perto, por algum tempo. Não quer compromissos, nem nada que o prenda. Ele precisa de contato, precisa de carinho, só não quer mais que isso. Ele quer se sentir parte de alguém, sem pertencer a tal. Mas não fique triste, menina. Só não se apaixone de novo, você sabe que não vale a pena. Apenas aproveite esse momento. E torça pra que ele ache alguém, que não precisa ser melhor que você, pois você sabe como ele não gosta de comparações. Deixe que ele se leve. Deixe que ele se encontre. Não tenha pressa, menina. Um dia ele vai te enxergar como você sempre quis. Portanto, menina, não tenha esperanças de nada. Você sabe mais do que ninguém como ele gosta de machucar corações.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Aquela paixão antiga.


É estranho como costumava soar engraçado quando eu dizia que seria sua. Porque fazem anos. Sim, anos. E não posso nem me dizer velha por causa disso, já que não tenho idade nem para tomar minhas próprias decisões. Mas para mim, já fazem anos. Anos que me denomino apaixonada. Por aquele carinha que nem fazia ideia da minha existência. Por você. Por todos esses anos ri de mim mesma por sonhar que estaria contigo e que teríamos uma bela família. Por todos esses anos acreditei que nunca falaria com você. Até nossas vidas se cruzarem, assim, do nada. E agora você é meu amigo. Queria poder explicar todo esse sentimento tomando conta dos meus fios mais ralos de cabelo. Mas parece meio impossível... 
Certo, certo. Quem estou querendo enganar? Todos sabem que ainda resta um fiapo daquela antiga paixão platônica. Aquela mesmo, que eu tinha por você. Isso não significa que não podemos ser amigos, já que somos. Apenas significa que não posso te perder. Não mais. Pois soa aterrorizante me imaginar sem você daqui em diante. Você já faz parte de mim e nem sabe disso.
Mas tudo bem, saber disso não mudaria tanta coisa afinal de contas, porque sei que não tenho o mínimo de chances com você. Quero apenas que permaneça na minha vida. Assim, fazendo todas as suas bobagens e me fazendo acreditar que um dia vai aparecer alguém... do seu jeito.Você sabe, cheio de caráter e alegria, com lições de vida que ninguém acreditaria se eu contasse. Alguém assim, igual você.

quinta-feira, 1 de março de 2012

É loucura.


É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou, perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou. É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles foi infiel. É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. Espero que na tua caminhada não cometa essas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim um recomeço.

O pequeno príncipe.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Eu sonhei contigo.


Se fosse te contar meu sonho, passaria horas descrevendo quão quente foi seu abraço. Provavelmente eu não saberia descrever a sensação de te olhar nos olhos e ser correspondida. Mas lembraria que teus fios do cabelo estavam mais finos do que o normal, e alguns deles caiam delicadamente sobre seus olhos, agora esverdeados por conta de todas aquelas lágrimas desavisadas. Não esqueceria de como era estranho sua boca parecer mais sedutora quando umedecida. E suas mãos mais sexy por causa de todas aquelas veias saltadas, que começavam do peito da sua mão e terminavam no final do antebraço, onde sumiam, se misturando com a cor da sua pele. Ah, você sabe como eu sempre gostei de veias saltadas. Das suas, em especial. Também gostava do seu jeito estranho de dizer que sentiu minha falta, sem dizer necessariamente essas palavras. Era um sonho bom. Mas não quero me lembrar dos seus olhos me pedindo perdão, ou que você chorou! Chorou, pela primeira vez eu te via chorando. Mas não! Não quero lembrar! Então por favor, não me questione quando disser que sonhei contigo. Apenas sonhei, e foi um sonho bom.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Não dá.


- É impressionante a minha extrema facilidade em gostar das pessoas.
- Gostar?
- Quero dizer, se fosse só isso eu estaria pulando de alegria. Mas é algo muito maior, não é?
- Bom, eu realmente espero que não.
- Eu também. Não gosto de me apaixonar, de amar, de me dar para o outro por completo. Porque depois sempre machuca. Portanto, é impossível esquecê-lo.
- Tirá-lo da cabeça?
- Se eu tentar, pensarei mais ainda.
- Se divertir com os amigos?
- Me sentirei um lixo por não estar compartilhando tais momentos com ele.
- Ler um livro?
- Todas as palavras me lembram as que ele costumava sussurrar no meu ouvido.
- Escutar novas músicas?
- Músicas têm muito sentimento, só ficaria pior.
- Conhecer novos garotos?
- Nunca vou achar um como ele.
- Então, dedique-se à ele.
- Não dá.
- Por quê?
- Ele não me ama.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Meu eterno.


A gente não se beija nem nada, mas quando vai ver pegou na mão um do outro de tanto que se gosta e se cuida e se sabe. Mas evoluímos para esse amor que nem sei explicar. Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala “ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora. Ou vai mas sempre volta. Não temos ciúmes e nem posse porque somos pra sempre. Ainda que ele case, more na Bósnia. Somos pra sempre.

Tati Bernardi. 

ShareThis