Não era fácil viver oculta da sociedade. Não que isso me fizesse mal, mas esconder o que eu era não fazia de mim melhor que os outros. Eu apenas prolongava o inevitável. Um dia, mesmo que tardio, eu teria que me mostrar. Precisaria aparecer. Porque é impossível viver presa por toda a eternidade. Não que "aparecer" seja realmente necessário, já que poderia me refugiar sem que ninguém notasse por um longo tempo. Portanto, eu me cansaria de tal esforço. Me cansaria de mentir, de fingir, de me esconder. Isso não é vida. Não preciso que todas as pessoas gostem de mim, nem que todas elas gostem de mim por conta das minhas qualidades. Careço do amor de pessoas que me gostem do jeito que eu sou; do modo como me visto e como me falo; sem me esconder pelos cantos, nem simular o que querem que eu seja. Careço de vida de verdade. Da realidade.
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terça-feira, 3 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Meu eterno.
A gente não se beija nem nada, mas quando vai ver pegou na mão um do outro de tanto que se gosta e se cuida e se sabe. Mas evoluímos para esse amor que nem sei explicar. Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala “ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora. Ou vai mas sempre volta. Não temos ciúmes e nem posse porque somos pra sempre. Ainda que ele case, more na Bósnia. Somos pra sempre.
Tati Bernardi.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011
O coração, o jardim e o beijo.
-Acho que precisamos conversar.
-Sobre o que? Sobre como sou orgulhosa, medrosa e infantil? Não se dê ao trabalho, muitos outros já fizeram isso por você. Aqueles outros que, sabe-se lá porque, entraram numa coisa que era minha e sua e tomaram nossas dores. Aqueles outros que multiplicaram sei lá quantas vezes nossa dor. Pode deixar, eles já fizeram sua parte, a minha, a da consciência, a da inconseqüência...pensaram e agiram por nós, fizeram o que temíamos. Sentiram por nós.
-Caramba! Eu só disse que precisávamos conversar, e você já foi soltando tudo desse jeito? Bobona. Tenho cada vez mais certeza do quão frágil você é à minha presença. É só eu chegar perto e...puf! Você abre essa boca, esse coração e não os fecha mais. Eu mando em tudo isso ai.
-Cala essa boca.
-Eu te amo.
-Jura?! Obrigada por confirmar, eu estava com medo que as confissões, declarações e momentos que passamos juntos nesses dez anos não passassem de uma mentira. Tava com medo que as centenas de vezes que me disse isso fossem da boca pra fora. Ufa! Tirou um peso dos meus ombros! Obrigado por me aliviar, seu fofo.
-Amo seu sarcasmo, também. Amo tudo em você.
-Olha aqui, é sobre isso que você quer conversar mesmo? Já não te disse que seu trabalho está feito, por você e por muitos outros? Eu já sei que me ama! Entendi o quanto sente minha falta! Mas já que quer discutir mais uma vez tudo o que já foi ingerido, mastigado e vomitado, vamos lá. To sem o que fazer mesmo. Pode começar agora a parte em que me diz o quanto mudou.
-Por favor, para com isso. Até quando vai viver com essa merda de orgulho ai dentro, hein? Quando vai entender que a cada dia, a cada conversa que temos e você sai distribuindo grosseria e ignorância, o orgulho vai deixando seu coração mais sujo, apertado e gelado? Por que não consegue me ouvir e considerar minhas palavras, entendê-las ao invés de pensar em uma resposta pra tudo? Você se acha invencível, não é? E odeia que eu esteja por perto porque sou o único que consegue te convencer o contrário. Te lembro o quão fraca e sensível pode ser. O quanto pode amar.
-Você falou sobre meu coração, né? Que feio! Um homem grande como você, ainda acreditando nessa metáfora boba? Disse que me lembra de certas coisas. Vou te lembrar de uma também: coração é um órgão que serve única e exclusivamente pra bombear nosso sangue e fazer a coisa toda funcionar. Você sabe muito bem disso, afinal o seu anda com problemas e tem coisa funcionando errado ai. Só não digo que essas besteiras que fala são conseqüência da sua doença porque também é cientificamente errado. Essas porcarias tão saindo do seu cérebro. Esse cérebro genial, que serve pra decorar nome de bebida, cantada barata pra conseguir sexo fácil e sua frase preferida, “eu te amo”. Parabéns, tá fazendo um ótimo uso da única coisa que ainda funciona direito em você! Lindo.
-Quer falar sobre minha doença, agora? Sobre eu estar morrendo e poder não estar aqui amanhã ou depois, quando você finalmente perceber o que o medo acabou fazendo contigo? Quanta coisa o medo te fez perder?
-Até quando vai usar isso pra me fazer chorar?
-Até que essas lágrimas cheguem ao seu coração, reguem esse jardim morto ai dentro e façam tudo colorido e claro novamente.
-Pare de ser piegas! Cadê suas frases sujas, agora? Cadê você me chamando pra sua cama?
-Você mesma disse que essas coisas saem da minha cabeça, menina. Sabe que eu não penso só da cintura pra baixo.
-Podemos encerrar isso? Desculpa, mas me deixei levar mais uma vez e agora não sei o que estamos fazendo e pra onde estamos indo, pra variar. Tudo isso já foi dito e repetido, e aonde chegamos? Que tal acreditarmos que estamos no fundo do poço, pra que possamos desistir? Aliás, pra mim o fim já chegou e se instalou. Não sei por que ainda pensa nisso.
-A quem está tentando enganar, sua boba? Eu e você sabemos que pensa nisso tanto quanto eu.
-Que seja. Estou tentando não pensar, e você não deixa. Será que eu não posso ter mais de dois meses de paz interna? Ninguém deixa! Você, os outros! A merda do coração! A merda do cérebro!
-Viu? Assumiu.
-Sim. Feliz agora? Porque eu não estou. A dor voltou, e lá vou eu pra guerra, mais uma vez. Você ainda conta? Porque eu já desisti. Foram tantas vezes que batalhamos a favor e contra isso, que olha, os números saíram do meu controle...
-Sim, eu ainda conto. Conto porque quero ter o numero exato, o mais surpreendente e impressionante possível, pra que possamos compartilhar com nossos filhos e mostrar pra eles como vale a pena lutar pelo que se ama.
-Merda. Me beija logo, idiota.

sábado, 22 de outubro de 2011
GRITE!
- Então por que você não grita para o mundo poder te ouvir?
- Porque tenho medo.
- Medo? Medo do que?
- Do que as pessoas vão pensar de mim.
- Não sabia que você era desse tipo.
- Que tipo?
- Desse tipo de pessoa que se importa com o que os outros dizem.
- Não é tão simples assim.
- Explique.
- Você não vai entender.
- Apenas tente.
- Certo. Até onde sabemos, temos apenas essa vida, não é? E mesmo que tivéssemos outras, só conseguimos lembrar dessa. Nesse caso, tudo que eu fizer vai ficar no meu passado, na minha memória, vai ficar guardado para sempre... Não terei chance de concertar, ou ficar tranquila pelo resto da minha vida, sem me importar com o que as pessoas acharam disso.
- Mas não é isso que você quer fazer? Você não quer que todos te ouçam?
- Sim. Mas se eu fizer isso, as pessoas não vão me ver do jeito que elas sempre me viram.
- E o que isso importa?
- Que eu posso perder grandes amigos.
- Se eles forem amigos de verdade, não vão se importar com isso.
- ... Certeza? Hipoteticamente, se você visse alguém matando, roubando, ou sei lá, fazendo algo ruim. Você seria amigo dessa pessoa?
- Este não é o caso, e você sabe disso. Você não é nenhuma louca que quer matar alguém. Apenas quer falar algumas verdades para o mundo.
- E fazer algumas coisas que não são lá muito recomendáveis. Mas o que você faria, de qualquer forma?
- ....
- Não precisa responder. É o que todos fariam. Se afastariam. A menos, é claro, que eles quisessem entrar nessa também.
- Bom, então você viverá, digo, não viverá do jeito que você quer, apenas porque tem medo do que as pessoas vão pensar de você. Vai ficar calada, triste e furiosa, só para morrer com qualquer "dignidade" que seja?
- É isso mesmo.
- E valerá a pena?
- Talvez. Talvez.
Thais Katsumi.

terça-feira, 6 de setembro de 2011
Aquelas nossas promessas.
Lembra-se do dia que fizemos inúmeras promessas de amizade? Promessas que, se não fossem cumpridas, uma sequer, significaria uma traição, e que dependeria do "traído" para decidir se continuaríamos amigos ou não? Sei que muitos devem estar pensando quão tolo foi isso. E estão certos, já que não passava de uma brincadeira. Uma brincadeira séria. Que nos provaria quão resistente seria nossa amizade.
Prometemos nunca mentir, toda vez que chorássemos deveríamos ligar para o outro, não contaríamos nossos segredos a ninguém, deveríamos nos falar todo dia se ficássemos sem nos ver, e desejaríamos a felicidade um do outro acima de qualquer coisa.
Nossas promessas eram cumpridas facilmente. Até que um certo dia você chegou me dizendo que estava namorando, e que estava feliz por isso. Claro, eu não acreditei! Imagina, meu melhor amigo... namorando!? Mas era verdade. E eu acabava de quebrar uma das nossas "regras". Eu não gostava dessa sua felicidade, apesar de você estar feliz, eu não conseguia me sentir assim. A princípio não entendi esse sentimento, todo esse ciúme exagerado. Porque eu desejava vê-lo feliz, mas não com ela. Você era meu amigo.
Infelizmente, nós discutimos por causa disso, se lembra? A partir daquele dia eu... nós... sabíamos que nada seria igual. E não foi. Depois de tanto tentar entender que sentimento era aquele que me fazia odiar aquela garota, juntei todas as peças e cheguei a conclusão de que era amor. E tudo aquilo não podia ficar do jeito que eu deixei. Como a amiga que sempre -ou quase sempre- fui, te deixei ir embora. Sem lutar pelo meu grande e infinito amor, pois ele já pertencia à outro alguém.
Thais Katsumi.


sexta-feira, 8 de julho de 2011
Quem é você?
Fazemos parte de um universo, que não se sabe se é o único ou não. Neste, há cerca de 200 bilhões de galáxias, onde uma delas é a nossa, a Via Láctea. Na Via Láctea, existem por volta de 100 bilhões de estrelas, e uma delas é o Sol, que possui 8 planetas ao seu redor, e um deles é a Terra. A ciência calcula que pode existir cerca de 30 milhões de espécies na Terra, mas só estão registrados 3 milhões. Dentre esses 3 milhões de espécies, uma é a nossa: homo sapiens. Na nossa raça, pode-se contar mais de 6 bilhões de indivíduos. E um deles, é você.
Consegue ver o tamanho da sua importância? Claro, provavelmente Deus criou um universo tão imenso para você ser a pessoa mais importante. Mas quem sou eu? Quem sou eu pra falar que minha religião, minha cor ou minha etnia é melhor que a dos outros? Quem sou eu dentro desses 6 bilhões de seres humanos, que é uma das 3 milhões de espécies que vivem na Terra, onde a Terra faz parte de um Sistema Solar, que está entre outras 100 bilhões de estrelas que fazem parte de uma das 200 bilhões de galáxias existentes em um universo? Quem sou eu? Quem é você?
E ainda existem pessoas que acham que somos os únicos seres vivos no universo. Deus não criou tudo isso só para você.
Thais Katsumi, baseado em "Você sabe com quem está falando?"


sábado, 25 de junho de 2011
Não troque a vida pela destruição.
Colocamos chão onde antes havia terra. Derrubamos árvores para construir casas, e prédios, e indústrias. Praticamente trocamos o gás oxigênio pelo gás carbônico, sem ao menos perceber. Colocamos máquinas onde nossas mãos deveriam estar. Trocamos o nosso cérebro por robôs. Além de peculiaridades que ninguém faz questão de observar, como o papel de bala que você deixa cair acidentalmente. Nossa raça já está ficando escassa, e se continuarmos assim, não existiremos mais. Dizem que somos os únicos seres que ambicionam viver, no entanto, parece que estamos fugindo deste propósito. Faça melhor. Isso depende de você também.
Thais Katsumi.


domingo, 8 de maio de 2011
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