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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Pra quando você chegar.



Moça, eu não sei se você já chegou, mas tenho umas coisas para te falar. 

Já faz um tempo que eu e ele não temos mais nada, e nesse meio tempo vocês já podem ter se encontrado. Ele é um cara bom, sabe? Vai fazer tu se sentir completa, e te deixar com saudade por um tempo que eu diria ser... sempre. Está certo que ele é um pouco orgulhoso e cheio de si (você já deve ter percebido), mas é só uma casca que ele criou pra camuflar todos os sentimentos que ele não gosta de mostrar pra ninguém.

Devo te avisar que no começo será mil maravilhas! Ele se adapta à qualquer tipo de pessoa, vai ser o cara que você nunca sonhou e que agora é tudo que você precisa. Uma hora ele vai tocar na sua ferida, e invés de doer, vai sarar. Você provavelmente ficará um pouco viciada nisso, nessa coisa dele consertar tudo que estava errado antes dele chegar. Um dia vai parecer que ninguém mais é tão legal quanto ele, nem tão inteligente, nem tão bonito, e nem tão talentoso. Isso fará você querer deixar de lado algumas amizades, mas não faça isso. Ele pode te machucar, a única pessoa que você vai querer recorrer será o causador dessa ferida e você não poderá.

Ele é bom com discussões. Tem argumentos que deixariam qualquer um sem palavras. Discuta com ele, ele gosta de conversas longas e produtivas. Vai jogar muita coisa na sua cara, e muita coisa não será boa. Talvez ele diga que você só pensa em si ou que você precisa ser mais decidida pro que quer da vida. Não se abale, porque ele vai te inspirar a ser alguém importante nesse mundão. Quando ele pegar muito pesado, releve, às vezes ele não pensa ao agir, a vida dele é provavelmente mais estressante que a sua. Logo ele se dará conta de como não foi muito legal e se desculpará. Caso não faça isso, esqueça. Ele vale a pena.

Uma vez ele disse que eu era importante, por isso deixou que eu conhecesse um pouco dele de verdade. Ter me contado pode ter sido um erro, já que deixei de ser a guria que deixava-o bem para ser ninguém, então não espere que ele se abra pra ti logo de cara. Minha teoria é que ele já deve ter passado por coisas que o destruíram de uma forma que o fez não ter mais confiança nas pessoas. No entanto, se um dia ele te contar, ah, guria, é possível que você tenha conquistado o coração desse rapaz. É importante que você o ame quando isso acontecer. Não acabe com o coração dele. Ele merece a melhor guria de todas. 

Eu queria te contar tanto sobre ele que eu ficaria aqui a madrugada inteira, porém o objetivo disso é que eu preciso que você cuide dele, mesmo que ele diga que sabe se cuidar. Cuida sem ele perceber. Não prenda-o, ele gosta de ser livre. Só esteja lá quando ele precisar, e não esteja quando ele não quiser. Se um dia ele parar de te responder, tenha certeza que o silêncio dele também é uma resposta, então afaste-se. Não estrague tudo se ele voltar. Por favor, faça ele ser o cara mais feliz do universo. Está nas suas mãos agora. E por último, se você puder, diga que sinto saudades e que ele sempre estará guardado no meu coração.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Um garoto de 4 anos.


Hoje recebi uma flor de um garoto de 4 anos. Pode parecer bobo, mas foi um dos melhores presentes que eu já ganhei. Porque chegou do nada, sem um motivo específico ou uma data especial. Foi sincero. Talvez só pra me tirar um sorriso...
"Era apenas um garoto de 4 anos" você deve estar pensando. No entanto, foi esse garoto de 4 anos que não se importou com o preço daquela flor, mas com o valor que ela poderia ter. Um valor que homem nenhum entenderia.
Isso porque já recebi várias flores de variados homens. E nenhuma delas chegou com tanta sinceridade quanto essa. Por isso, se algum dia você pensar em dar uma flor à uma mulher... Não pense. Apenas o faça. De coração.

domingo, 10 de junho de 2012

Me doa!



 Pior que chorar é não chorar. Pior que entristecer é sorrir por sorrir. Não sei se é uma doença que adquiri pro resto da vida (ou só adolescência mesmo), mas o fazer mal da dor me faz bem.
 É mais um texto tristonho e sentimental sobre você. Mais um texto porque é aqui que esvazio a alma e me sinto livre pra dizer que quero ser triste. Você não me dá nem o direito de ser triste a longo prazo, amor! 
 O papel em branco me faz um convite "venha cá, não quer navegar um pouco? virar mar e se afogar nas letras que escreve e nas lágrimas escondidas nelas?" e eu não tenho outra opção que não aceitar. Aliás, antes aceitar que recusar e viver a resguadar o que precisa ser sentido. E me desculpe por escrever palavras um pouquinho mais difíceis e tentar deixar isso bonito, é só que acho que meu amor merece. 
 Falando sobre aparências, gostaria de descrever como anda dentro de mim: você sabe, quando tudo estava "bem" entre nós não havia nada que não estivesse quebrado dentro de mim. Estava toda ferida e deve ter sido um castigo do meu coração por eu tentar ser mais feliz do que devia. Ai você chutou tudo pro alto e, basicamente, meu Eu virou só lágrimas. Elas sempre existiram e sempre consegui comporta-las, mas dessa vez eram tantas que transbordavam de maneira descontrolada. E então o tempo passou. Dei uma secada e os sentimentos foram ficando novamente proporcionais aqui dentro. Certas vezes pude até sentir alguns deles ganhando cor e se enfeitando de glitter. Mas acho que tenho um tempo-limite de felicidade, porque olha, não a aguento mais. É como se o barco se sentisse incomodado por não ter mais onde navegar e solicitasse timidamente um pouquinho de água para seu lazer. Muito abstrato? Sou abstrata. Ando abstrata e não me entendo de maneira alguma, mas pelo que pude constatar, estou escurecendo e me afogando novamente aos poucos. Ou pelo menos gostaria que fosse assim. 
 Sei lá. Talvez seja só saudade do gostinho salgado e da sensação gostosa das lágrimas me esquentando a pele e o coração. 

terça-feira, 29 de maio de 2012

Gosto


Gosto do jeito desengonçado dele correr, e também das veias que saltam sua pele quando fica nervoso. Gosto das suas grandes mãos que fazem delicados carinhos, mas que não se comparam com seus braços que me protegem contra os perigos da madrugada. Gosto quando ele me olha nos olhos e diz qualquer bobagem que me faça rir, mas gosto ainda mais quando ele abre um sorriso ao me ver de longe. Gosto das suas tentativas de me fazer ficar com raiva, e também das broncas depois eu dar algum vexame. Gosto do formato meio quadrado da sua mandíbula e do seu nariz quase tão fino quanto um palito. Gosto do seu jeito de brincar com as crianças, e também do seu talento nato de cozinhar maravilhas que nem eu sei fazer. Gosto de quando ele me segura pela cintura e rodopia feito um bebê, e também das horas que não se brinca com ele não. Gosto dele como um todo, e também de cada detalhe.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Não é ilusão, é amor. Ou ilusão mesmo.


É simples, estou aqui pra te iludir, menina. Mas não veja isso negativamente, eu me esforço um bocado para te fazer feliz quando deveria estar pensando no futebol de quarta à noite ou no churrasco do final de semana. Só não posso afirmar que todas as coisas que te faço fazem parte dos meus desejos, pois muitos não tem a ver diretamente com você - aposto que ficaria irrita se soubesse de sessenta por cento deles. O que quero dizer é que... eu te amo, mas talvez não seja o amor que você idealizou durante sua vida. Não consigo explicar. Já fiquei horas me perguntando que tipo de sentimento é esse, e nada. Tudo que posso lhe dizer é que: nem sempre o que eu digo vem diretamente do coração, geralmente são meras frases ensaiadas para que você olhe dentro dos meus olhos e diga "ah amor, você me faz tão bem" com aquele seu jeitinho todo meigo. Também tenho de lhe confessar que se faço isso deve ser por algum motivo além da minha capacidade de entendimento. Você me conhece, sabe que não sei fingir quando não gosto. Apenas... com você é diferente. Gosto de gastar horas do meu dia ensaiando frases bonitas e pensando em mil maneiras de te ver sorrindo. Eu só acho tudo isso bobagem. Até porque eu achava que não precisaria provar amor ou coisa parecida, mas vocês, mulheres, são sempre muito desconfiadas. Sei disso porque já saí com muitas, e muitas dessas já deixaram seus cheiros na minha roupa, junto com propostas de entrarem na minha vida, porém não conseguia vê-las por mais de três dias. Não vou dizer que contigo foi diferente, porque, detalhista como não sou, só posso dizer que acho todas iguais, no entanto, por algum motivo, quem eu amo é você. Fiz até um esforço para descobrir tal motivo, e cheguei a conclusão de que devem ser detalhes mínimos impossíveis de serem descritos, mas que meu coração conhece muito bem. 

Eu te amarei até a eternidade. 

Ps: Pra ser sincero, não queria te fazer essa promessa, pois tenho medo de não cumpri-la e te magoar. Mas arriscarei de qualquer forma, é o que eu quero lhe dizer neste momento: que eu quero te amar pra sempre, minha menina.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sou menino.


Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico.

Nelson Rodrigues.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Caro moço dos meus sonhos,


Não sei bem quem tu és, por conta da minha falta de atenção e meu desapego à detalhes. Deste modo, peço-lhe minhas sinceras desculpas por dirigir-me apenas ao seu "fluido". Entretanto não se sinta ofendido, pois venho lhe falar de coisas boas.
Gostaria de dizer-lhe como seus olhos azuis tocaram-me a alma ao te ver, mas sequer lembro-me do seu sorriso que realmente me marcara, quem dirá da cor dos teus olhos. Sabes que não são essas as notícias que lhe trago, apenas tento prolongar meus sentimentos - que já devem estar claros à essa hora.
O fato é que, nesses últimos dias tenho passado horas nos meus sonhos ousando reencontrar-te, mas você simplesmente não dá as caras.
Concluo que tu supostamente já saberia do que se tratava esse meu sentimento, por isso tem afastado-se tanto, não é? Sabe que se arriscar aventurar-se, poderá sair machucado. Mas ainda assim posso afirmar-te que sou muito mais frágil. E caso esteja preocupado comigo, não se preocupe, sei me cuidar.
Dizem que quando encontramos alguém nos sonhos, essa pessoa também nos encontra. Por isso, não acha que mereço uma chance? Você sabe, mesmo que não acredite em destinos, não pode ter sido por acaso.
Portanto, onde quer que estejas, se ler isso, me procure nos teus sonhos também. Tenho tanto a lhe mostrar.

Com todo o carinho do mundo,
A garota dos seus sonhos.

domingo, 13 de maio de 2012

Que amor é esse?


"Eu a amo de verdade" - Ele repetia incansáveis vezes enquanto olhava para uma foto dos dois.
Mas é claro, isso não era nenhuma novidade. Não importava quantas garotas lindas passassem na sua frente, ele persistia repetindo o quanto ele a amava - aquela garota que mexeu com seu coração durante o que ele chamava de vida.
E depois de um tempo desejando silenciosamente algumas das garotas que por ele cruzavam, prosseguiu: "Sou homem, tenho meus defeitos. Às vezes não penso ao agir. Mas você sabe, é ela que eu amo, porque nós vivemos tantas coisas lindas juntos."
Aquelas frases soavam tão iguais e previamente organizadas que agora já não pareciam mais verdadeiras. Pareciam ensaiadas, como um discurso de arrependimento, ou provavelmente uma cobrança em cima de si mesmo afim de ser mais leal. Pois apesar de amá-la incondicionalmente, ele errou... e pelo visto, continuava errando.
Era assim que ele seguia a vida. Mentindo para os outros, fazendo-os acreditarem que ele era um cara diferente. Mentindo para a namorada, fazendo-a acreditar que não havia mais ninguém senão ela. Mentindo para si mesmo, acreditando que nada daquilo era errado demais para ser considerado traição.

sábado, 12 de maio de 2012

Você que tem olhos bonitos.


- Você que tem olhos bonitos, pode me ouvir? Acho que me perdi nessas conversas chulas, nesses risos pesados, nesse andar torto, nessa postura curvada, nesses olhos negros que observo todos os dias nos espelhos espalhados por aí. Queria ter olhos como os seus. O cabelo escuro, mas todo perfeito, todo bem arrumado. Acho que deixei de fazer sentido quando acabei roendo todas as unhas, machucando as pernas, os braços, o peito, as mãos. Você que tem olhos bonitos, consegue entender? Consegue ir mais fundo, interpretar o que digo, para enfim sentir? E você que tem a boca cheia, os cabelos desgrenhados, o coração indomável? Também se perdeu, um dia, nestas esquinas, nestes caminhos, nestas hipérboles que parecem de repente tão realistas, na falta de propósito de tantas e tantas escritas, no problema de simplesmente não saber usar a crase de forma correta? Você se perdeu nos desejos que não se realizaram, nos sonhos que ficaram parados e de repente não mais existiram, só por que você não lutou? Já se perdeu em rimas bregas, pensamentos insanos, falta de conhecimento das palavras do dicionário? Já? Já amou?

Letícia Loureiro

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Seu nome


Me lembrava 
sua voz debochada
Que sempre acompanhava 
seu cheiro cítrico-amadeirado
Que também era o cheiro do 
seu quarto recém organizado
Que abrigava 
seu violão desafinado
Que vivia apoiado na 
cabeceira da cama
Que servia de apoio para 
sua foto de primeiro dia de aula
Que foi tirada 
um dia depois do meu nascimento
Que deveria estar um
frio congelante
Que sempre serviu para nos colocar debaixo das 
cobertas
Que nunca aqueceram 
nossos pés
Que permaneciam entrelaçados em 
laços reforçados
Que não são como nossos laços que se rompem por 
bobagens
Que pra você é sempre 
passado
Que não pertence mais à 
nós
Que hoje não existe mais.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Love is surreal.


O relógio marcava meia noite. De um sábado qualquer, em um beco qualquer. Ele parara ao lado de um daqueles lixões que guardavam a comida estragada do restaurante. Tudo ali fedia a vômito, e nem assim percebeu quão repugnante estava aquele lugar. Era o amor. Que fazia o lixo virar ouro, e a sujeira, arco-íris. Até o céu sem estrelas se tornara brilhante. Quem diria que dentro daquele coração frio floresceria tal sentimento. Sentimento este que tomava conta de cada nervo existente nele. Tempos atrás, compararia o amor com poluição ou até mesmo apocalipse. E agora estava assim, todo sorridente sem motivos concretos. Ele não tinha certeza se aquilo o fazia bem, mas do que isso importava quando via o mundo tão surreal como deveria ser?

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Me nego a escrever sobre você.


Tu tens uma grandeza que não é digna das minhas meras palavras. Uma beleza tão grande que letra de verso nenhum conseguiria traduzir. Por isso te deixo assim, guardado no meu peito com todos os detalhes. Sou muito egoísta para compartilhar o que eu sinto quando vejo esse seu sorriso com o resto do mundo.

Keury Caroline. (via um-eterno-erro)

domingo, 1 de abril de 2012

Te ter.


De longe, pude reparar no seu leve rebolado que gritava por elogios enquanto se escondia entre suas curvas mais discretas. Não podia ver seu rosto, e ainda assim tinha a plena certeza de que estava a sorrir. Portanto, não importava o quanto eu te tinha naquele dia, eu nunca teria esse sorriso, mesmo que ele me fizesse mais feliz que quaisquer outros. Só que, do que adiantava ter seu corpo, quando não tinha seu coração? Eu não sabia a resposta, mas era mais fácil acreditar que ainda tinha uma parte de você.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Acorda, menina.


Só porque ele te olha nos olhos e sorri - aquele sorriso torto e meio sem jeito - não quer dizer que ele queira seu sorriso de volta. Quando ele segura suas mãos, não é porque ele precisa sentir o roçar das suas peles. E aquelas vezes que ele te abraçou, foram abraços que não significavam proteção. Ele faz isso porque é menino. Menino de tudo, sem medos, sem preocupações. Ele só te quer por perto, por algum tempo. Não quer compromissos, nem nada que o prenda. Ele precisa de contato, precisa de carinho, só não quer mais que isso. Ele quer se sentir parte de alguém, sem pertencer a tal. Mas não fique triste, menina. Só não se apaixone de novo, você sabe que não vale a pena. Apenas aproveite esse momento. E torça pra que ele ache alguém, que não precisa ser melhor que você, pois você sabe como ele não gosta de comparações. Deixe que ele se leve. Deixe que ele se encontre. Não tenha pressa, menina. Um dia ele vai te enxergar como você sempre quis. Portanto, menina, não tenha esperanças de nada. Você sabe mais do que ninguém como ele gosta de machucar corações.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Aquela paixão antiga.


É estranho como costumava soar engraçado quando eu dizia que seria sua. Porque fazem anos. Sim, anos. E não posso nem me dizer velha por causa disso, já que não tenho idade nem para tomar minhas próprias decisões. Mas para mim, já fazem anos. Anos que me denomino apaixonada. Por aquele carinha que nem fazia ideia da minha existência. Por você. Por todos esses anos ri de mim mesma por sonhar que estaria contigo e que teríamos uma bela família. Por todos esses anos acreditei que nunca falaria com você. Até nossas vidas se cruzarem, assim, do nada. E agora você é meu amigo. Queria poder explicar todo esse sentimento tomando conta dos meus fios mais ralos de cabelo. Mas parece meio impossível... 
Certo, certo. Quem estou querendo enganar? Todos sabem que ainda resta um fiapo daquela antiga paixão platônica. Aquela mesmo, que eu tinha por você. Isso não significa que não podemos ser amigos, já que somos. Apenas significa que não posso te perder. Não mais. Pois soa aterrorizante me imaginar sem você daqui em diante. Você já faz parte de mim e nem sabe disso.
Mas tudo bem, saber disso não mudaria tanta coisa afinal de contas, porque sei que não tenho o mínimo de chances com você. Quero apenas que permaneça na minha vida. Assim, fazendo todas as suas bobagens e me fazendo acreditar que um dia vai aparecer alguém... do seu jeito.Você sabe, cheio de caráter e alegria, com lições de vida que ninguém acreditaria se eu contasse. Alguém assim, igual você.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O nosso poste.


Dali, só conseguia ver quatro postes de luz, o quarto ainda queimado, desde dias atrás. Embaixo do primeiro, estava você. Sua blusinha caía no seu ombro, deixando em evidência o que eu procurara esquecer desde aquela última noite. Sua franja cobria qualquer filete de luz que tentasse passar através dos seus fios de cabelo, o que impossibilitava ver seu rosto. Ainda assim era claro que não estava feliz. A parte boa era que eu estava em um lugar estratégico para que você não me visse, o que me dava pontos a mais. O motivo de você estar ali, era o mesmo de sempre. Você dizia que embaixo daquele poste a visão daquela rua lhe trazia boas lembranças, boas energias. E é claro, aquilo tinha a ver conosco, mas você nunca falava sobre isso quando eu perguntava.
Desde aquela noite, tenho te observado todos os dias após sua rotina de trabalho. E em todos esses dias, você passou por essa rua, olhou as mesmas casas e parou de baixo do mesmo poste. Nessa noite, diferente das outras, você me surpreendeu quando pegou seu celular e discou um número qualquer, que eu não pude identificar. Colocou o celular no ouvido e esperou, no ritmo das batidas do meu coração. Na terceira batida, senti meu celular vibrar. É claro, era você. Esperei mais dez batidas aceleradas, até que tomei coragem para atender.
- Oi.
- Vem aqui... Você sabe, o nosso lugar. Me desculpe por todas aquelas palavras, sei que não foram certas. Tudo bem, nem um pouco certas. Venho aqui por dias e tudo que consigo sentir é a falta que você faz na minha vida, e nas minhas noites de baixo do nosso poste...Vem aqui. Volta para mim.
Você sabe por quantos dias ando preocupado contigo? Tem noção de quanto você fez falta na minha vida? Toda aquela indiferença não fez sentido algum para mim, e agora você vem querendo se desculpar. Foi o que eu pensei em dizer. Mas respondi:
- Estou indo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Idiota, filho da puta, otário.


Quem pensas que é pra fazer isso comigo? Sou idiota até o momento que pisam na ferida de meu calo. Acha que mentindo assim, está realmente destruindo a quem? A única pessoa que está perdendo é você. Porque agora, eu vou embora, mas não antes de te dizer todas as verdades que engoli enquanto estávamos juntos. Primeiramente quero deixar bem claro o quanto acho deselegante o modo como você se porta diante de uma mesa farta de comida. Parece um primata diante de uma penca de banana. E sabe o teu perfume? Fedia mais do que a meia mal lavada da minha prima de terceiro grau. Odeio esse seu sovaco cabeludo. Odeio mais ainda essa tua barriga enorme de tanto beber cerveja aos finais de semana. Mas o que eu mais odeio em você, é essa mania que você sempre teve de mentir. Uma hora disse que estava em tal lugar, mas quando liguei pra lá, me disseram que você nunca havia botado o teu pé imundo lá. Ou então aquela vez que disse que ia no casamento da sua tal prima, que dias depois eu descobri que havia morrido há mais de 5 anos. Por essas e outras, que eu nunca vou confiar em você. Nem nesse seu sorriso. Muito menos nessa sua risada gostosa e nesse abraço apertado. Porque você não presta. Sempre arruma um jeito de mentir, mesmo que a mentira seja descoberta com a mesma velocidade que você goza. Então, eu te odeio porque você é mais filho da puta que o jornaleiro que todos os dias bate no meu cachorro e sai correndo feito uma criança de 10 anos. E por te odiar tanto a minha vontade é… ah, você me mandou uma mensagem dizendo que me ama. Também te amo.

Cibele Sena.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Um dia você volta atrás.


Ele te convence. Chora. Te pega de jeito. E você lembra que ninguém beija como ele, ninguém abraça como ele, ninguém olha como ele, ninguém ri como ele, ninguém te enlouquece como ele. E você decide que ele é o homem da sua vida, afinal, se já sofreu tanto, se envolveu tanto, se ferrou tanto, meu Deus do céu, tem uma coisa muito boa guardada pra mim. Ninguém sofre tanto assim sem recompensa. Se vocês já passaram por tanta coisa juntos é porque o final vai ser feliz.

Clarissa Corrêa

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sem Ana.


De todos aqueles dias seguintes, só guardei três gostos na boca – de vodca, de lágrima e de café. O de vodca, sem água nem limão ou suco de laranja, vodca pura, transparente, meio viscosa, durante as noites em que chegava em casa e, sem Ana, sentava no sofá para beber no último copo de cristal que sobrara de uma briga. O gosto de lágrima chegava nas madrugadas, quando conseguia me arrastar da sala para o quarto e me jogava na cama grande, sem Ana, cujos lençóis não troquei durante muito tempo porque ainda guardavam o cheiro dela, e então me batia e gemia arranhando as paredes com as unhas, abraçava os travesseiros como se fossem o corpo dela, e chorava e chorava e chorava até dormir sonos de pedra sem sonhos. O gosto de café sem açúcar acompanhava manhãs de ressaca e tardes na agência, entre textos de publicidade e sustos a cada vez que o telefone tocava. Porque no meio dos restos dos gostos de vodca, lágrima e café, entre as pontadas na cabeça, o nojo na boca do estômago e os olhos inchados, principalmente às sextas-feiras, pouco antes de desabarem sobre mim aqueles sábados e domingos nunca mais com Ana, vinha a certeza de que, de repente, bem normal, alguém diria telefone-para-você e do outro lado da linha aquela voz conhecida diria sinto-falta-quero-voltar. Isso nunca aconteceu.

Caio Fernando Abreu.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Palhetas.


Eu, como todo bom roqueiro, estou sempre perdendo palhetas. Não importa quantas a gente compra, enfia em todo e qualquer bolso de calça – elas nunca vão estar lá quando a gente precisa! Já aconteceu, inclusive, de eu subir no palco sem palheta pra tocar, tendo que passar pela situação improvável de pedir para que alguma alma caridosa da platéia me empreste. Eu, como todo bom ser humano, estou sempre perdendo oportunidades. Não importam as inúmeras vezes em que a gente dá com a cara na parede, tem momentos que parece que todos nós estamos viciados na tragédia, como se estivéssemos totalmente acostumados com aquela pilha de problemas indesejáveis, clamando por uma solução .Eu, como todo bom romântico, estou sempre perdendo amores. Não importa tudo o que foi aprendido em experiências passadas. É que eu realmente não consigo me contentar com aquele pensamento de que “o amor é assim mesmo, vem com o tempo e a gente se acostuma”. Falem por vocês, pois eu não concordo nada com isso e sigo à procura. Mas quando a gente procura por uma palheta, ela parece sumir do nosso bolso, bem como as oportunidades que batem à nossa porta enquanto dormimos com a tevê em volume ensurdecedor. Com o amor não é diferente. No entanto, descobri que “procurar”, muito mais do que vestir a roupa de Indiana Jones e sair numa caçada enlouquecida pela pecinha que nos falta, é um estado de espírito. Eu estou aqui, sentado à frente do computador, no conforto do lar. Mas estou procurando. Procurando ser encontrado. E o que me deu a certeza de um final feliz é essa palheta que eu acabei de encontrar embaixo da almofada do sofá. Basta querer ser encontrado.



Lucas Silveira.

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