sexta-feira, 13 de abril de 2012

Seu nome


Me lembrava 
sua voz debochada
Que sempre acompanhava 
seu cheiro cítrico-amadeirado
Que também era o cheiro do 
seu quarto recém organizado
Que abrigava 
seu violão desafinado
Que vivia apoiado na 
cabeceira da cama
Que servia de apoio para 
sua foto de primeiro dia de aula
Que foi tirada 
um dia depois do meu nascimento
Que deveria estar um
frio congelante
Que sempre serviu para nos colocar debaixo das 
cobertas
Que nunca aqueceram 
nossos pés
Que permaneciam entrelaçados em 
laços reforçados
Que não são como nossos laços que se rompem por 
bobagens
Que pra você é sempre 
passado
Que não pertence mais à 
nós
Que hoje não existe mais.

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