segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Tudo bem.


Sempre me apeguei na crença, nas palavras que um dia ouvi. “Vai ficar tudo bem.” Prometi subir escadarias, alcançar nuvens e colher os frutos no alto da arvore. Mas, a desistência sempre chega antes de malas prontas e raiz fincada então, acabo no vazio da esperança perdida, do que foi transbordado em vão. Do que morreu. Sempre me apaguei no depois, no que esta a frente e eu não posso enxergar. E acaba que o decote nas costas quer dizer que perdi as asas e, o peito coberto é pra proteger o coração. Pra não deixar ninguém crer em vão em algo que ficou arrastado, petrificado e infinito nas palavras. Me arrasto por cada degrau, escorrego e volto pro final, e na crença finjo que crio asas e me debruço um pouco mais. Morro um pouco mais. Perco o que tiraram daqui e deixo ir o coração. Agora eu enxergo. Eu exergo um pouco além do decote que não esconde o oco, o vazio e o gosto de quero-mais. Não tem coração, não tem asas. Não tem crença ou amarras, escorreguei e voltei para o fim. “Vai ficar tudo bem.


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