terça-feira, 1 de maio de 2012

Que queime.


Quantas vezes você já me disse adeus e eu não derramei uma só lágrima? Amor, veja bem, naquela época eu achava que não conseguirias desfazer o laço, assim, tão facilmente. Mas agora eu te sinto escorrer por entre os meus dedos e não há o que eu possa fazer. Quando relembro os três meses que se foram vejo o quanto te feri para salvar algo de mim, mas não vou pedir que me perdoe, porque não consegui. E se tu está à beira do abismo saiba que já estou em queda livre há tempos. Tua descrença assinou o fim ao ponto culminante do capítulo; já estou tão farta de escrever parágrafos e mais parágrafos - sozinha. Pois essa é só mais uma dentre as tantas outras tentativas doentias de trazer mais uma vez tudo aquilo que não voltará jamais. Não voltará porque hoje eu não sei mais quem você é, muito menos o que sou. Menos ainda o que quero desse novo você, tão diferente daquele cujo qual amei no inverno passado. E talvez seja isso o que me torne forte o suficiente para simplesmente desistir. Mais uma vez sobrou de nós o nada e eu me recuso a te reconstruir sozinha. Se queres queimar dentro de mim, pois bem, o faça. Só saiba que nunca mais irei fazer-te renascer das cinzas. Tu podias ser o céu de maio, a maresia constante, mas preferiu ser tempestade. E é chegada a hora de me desfazer de você, para quem sabe, te encontrar n’um outro momento, de outra forma, porque já estou farta de meus próprios retrocessos. Eu já perdi as contas de quantas vezes eu te deixei para trás.


Lilian Alves.

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