Nem tinha tanta louça assim, mas era suficiente para umas três músicas serem tocadas. A primeira foi um pop rock internacional, provavelmente irrelevante já que não lembro qual era; a segunda, Scar Tissue, que me fez suspirar já nos primeiros dez segundos; a terceira? A terceira seria o grand finale se ela não fosse a sua música, que por algum motivo insistia em permanecer na minha seleção. A sua música que parecia tão minha que eu não podia acreditar que não fora composta para mim.
Talvez essa fosse a música que mais mexeu comigo em toda minha vida. Ou quem sabe só naqueles últimos meses? Não sei, minha memória nunca fora das melhores, e ainda assim fazia questão de não te esquecer.
A parte ruim de tudo isso (como se o resto já não fosse) é que qualquer som que parecesse com a melodia da sua música me lembrava você, e como você sempre foi ótimo em fazer eu me sentir a garota mais linda da face da Terra. Ou "do universo" como você sempre retrucava.
Podem se passar anos, e tenho certeza que sua música nunca sairá do meu ipod. Sei que ela me lembrará os bons e os maus momentos. Sei que chorarei imaginando tudo que eu perdi por conta do seu desleixo e que sorrirei pensando que apesar de tudo aquela sempre fora a decisão certa. Sei que sofrerei e que repetirei pra mim mesma para nunca mais escutar sua voz sussurrando o pedaço da canção que você sempre fazia questão de esquecer quando cantava "ao vivo". Sei de tudo isso e também sei que mesmo que eu te apague da minha vida, sua música fará questão de me relembrar o passado. Porque ela estará em todos os lugares: nas rádios, na internet, nas ruas, nos bares, nos ouvidos dos nossos filhos, e quem sabe, netos.
Ela fará sucesso e sempre pensarei que fora feita pensando em mim. E talvez, quem sabe, é nisso que eu queira acreditar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário