sábado, 23 de abril de 2011

Lágrimas, palavras e sentimentos.


Já era noite. Nós ainda estávamos na estrada à caminho de casa.
Tudo o que eu conseguia ver eram as luzes da cidade que iluminavam sua face. Nós estávamos esgotados, sem forças para sequer abrir a boca afim de discutir novamente. Eu tinha tanta vontade de chorar. Não queria que isso acabasse com o resto da noite. Entretanto, meus olhos já não suportavam continuar ardendo para poupar as lágrimas que eu sabia que viriam. O silêncio que já pairava por um bom tempo foi interrompido pelos meus soluços que vinham carregados de dor. Eu não queria que ele visse o quanto eu estava abalada e o quanto eu tinha medo de que tudo acabasse daquela maneira. Mas eu não aguentei. Minhas mãos tentaram secar as lágrimas que se recusavam a parar de cair. Quando eu senti a mão dele segurando uma das minhas. Ele também tentava acabar com a minha dor.
Eu sabia que a culpa daquilo tudo era minha. E ainda assim ele estava do meu lado. Ele sempre esteve. Minha tolice, meu ciúme, foram gestos tão baixos comparados ao que nós vivemos. Ao que ele me fez enxergar. Ao que ele me fez sentir. E eu queria dizer tantas coisas. Tantas palavras ensaiadas para aquela mesma noite, palavras que se recusavam a sair. Palavras que nunca seriam ditas novamente. Porque foi naquele momento, naquela noite, que ele partiu. Um acidente de carro. Foi tudo o que eu fiquei sabendo, tempos depois de ele ter fechado os olhos para me beijar.

Thais Katsumi.

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