Com sacrifício,
Eu criei meus sete filhos.
Do meu sangue eram seis
E um peguei com quase um mês.
Fui viajante,
Fui roceiro, fui andante
E pra alimentar meus filhos
Não comi pra mais de vez.
Sete crianças,
Sete bocas inocentes,
Muito pobres, mas contentes,
Não deixei nada faltar.
Foram crescendo ...
Foi ficando mais difícil,
Trabalhei de sol a sol,
Mas eles tinham que estudar.
Meu sofrimento,
Ah! meu Deus, valeu a pena.
Quantas lágrimas chorei,
Mas tudo foi com muito amor.
Sete diplomas,
Sendo seis muito importantes,
Que às custas de uma enxada
Conseguiram ser doutor.
Hoje estou velho,
Meus cabelos branqueados,
O meu corpo está surrado,
Minhas mãos nem mexem mais.
Uso bengala.
Sei que dou muito trabalho.
Sei que, às vezes, atrapalho
Meus filhos até demais.
Passou o tempo
E eu fiquei muito doente.
Hoje vivo num asilo
E só um filho vem me ver.
Esse meu filho,
Coitadinho, muito honesto
Vive apenas do trabalho
Que arranjou para viver.
Mas Deus é grande,
Vai ouvir as minhas preces.
Esse meu filho querido
Vai vencer, eu sei que vai.
Faz muito tempo
Que não vejo os outros filhos.
Sei que eles estão bem.
Não precisam mais do pai.
Um belo dia,
Me sentindo abandonado,
Ouvi uma voz bem do meu lado:
– Pai, eu vim pra te buscar.
Arrume as malas,
Vem comigo, pois venci.
Comprei casa e tenho esposa
E o seu neto vai chegar.
De alegria eu chorei
E olhei pr'o céu:
– Obrigado, meu Senhor!
A recompensa já chegou.
Meu Deus, proteja
Os meus seis filhos queridos,
Mas foi meu filho adotivo
Que a este velho amparou.
Composição : Arthur Moreira/Sebastião Ferreira da Silva
Adoro essa historia, ela mostra que mais cedo ou mais tarde vamos se recompensados pelo bem que fazemos aos outros.
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