Deixa o vestido empestado com borboletas no meu corpo, amada. Pega meu coração inteiro. Por favor, não chora assim. Meus órgãos dão um nó cego ao presenciarem essa tristeza, os acordes do violão sempre tão desafinados. Canto sem pé, sem ouvido, sem cena. Brinco com teus cabelos enrolados aos meus. Pinto as obras de Van Gogh e de tantas cores verei um trechinho, bem pequenininho daquele riso que por vezes me arrepiou. Mas sou guri, tenho a infância dominante das minhas veias e os dentes cariados. Sou a infância derretida e não sei ver teus olhos tristonhos. Não sei empregar um verbo, beber em botecos, plantar macieiras. Só fico quietinho puxando o teu colo, dando dois quintos de carinho, assim, bem leve, para não te afobar. Chega, não sei lidar assim, mas chega. Faço café forte, minha avó dizia que curava todo o mal, faço tapioca, bolo, compro sorvete de creme. Tem um cobertor, minhas pernas fraquinhas e alguns beijos, assim de leve, se você quiser. Tem música, minha voz tortinha, meus chinelos amarelados. Não tem tristeza que irá arrancar nossas alegrias, meu amor. Não tem fim de festa, minha menina, que irá derrubar nossas danças. Só me deixa, bem devagarzinho, juntar tua solidão a minha. Só me deixa enamorar teu coração bonito, tua voz doce, tuas palavras arrepiantes. Deixa eu te sussurrar com todas as letras o que fica preso entre minhas palpitações. Deixa menina eu ser essas poesias que ficam entre a gente. Deixa-me ninar teu sonho. Deixa-me namorar contigo por inteira, pelos olhos que me pulsam, pelos labirintos do teu corpo, pelos teus sonhos, pelas inúmeras explicações sem lógica. Por mim, pobre coração clichê. Então direi com o corpo trêmulo, aquela velha frase usada: Namora comigo?
Layla G.
Uou, mudou algumas coisas por aqui não é? O nome, o lay, faz muito tempo? Adorei a mudança, e o novo nome é muito bom *-*
ResponderExcluirBeijos s2
Oi Gabriela! Mudou sim! No comecinho desse ano! Fico feliz que tenha gostado, mesmo! Beeeijos :*
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