Eu, como todo bom roqueiro, estou sempre perdendo palhetas. Não importa quantas a gente compra, enfia em todo e qualquer bolso de calça – elas nunca vão estar lá quando a gente precisa! Já aconteceu, inclusive, de eu subir no palco sem palheta pra tocar, tendo que passar pela situação improvável de pedir para que alguma alma caridosa da platéia me empreste. Eu, como todo bom ser humano, estou sempre perdendo oportunidades. Não importam as inúmeras vezes em que a gente dá com a cara na parede, tem momentos que parece que todos nós estamos viciados na tragédia, como se estivéssemos totalmente acostumados com aquela pilha de problemas indesejáveis, clamando por uma solução .Eu, como todo bom romântico, estou sempre perdendo amores. Não importa tudo o que foi aprendido em experiências passadas. É que eu realmente não consigo me contentar com aquele pensamento de que “o amor é assim mesmo, vem com o tempo e a gente se acostuma”. Falem por vocês, pois eu não concordo nada com isso e sigo à procura. Mas quando a gente procura por uma palheta, ela parece sumir do nosso bolso, bem como as oportunidades que batem à nossa porta enquanto dormimos com a tevê em volume ensurdecedor. Com o amor não é diferente. No entanto, descobri que “procurar”, muito mais do que vestir a roupa de Indiana Jones e sair numa caçada enlouquecida pela pecinha que nos falta, é um estado de espírito. Eu estou aqui, sentado à frente do computador, no conforto do lar. Mas estou procurando. Procurando ser encontrado. E o que me deu a certeza de um final feliz é essa palheta que eu acabei de encontrar embaixo da almofada do sofá. Basta querer ser encontrado.
Lucas Silveira.
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