Me lembrava
sua voz debochada
Que sempre acompanhava
seu cheiro cítrico-amadeirado
Que também era o cheiro do
seu quarto recém organizado
Que abrigava
seu violão desafinado
Que vivia apoiado na
cabeceira da cama
Que servia de apoio para
sua foto de primeiro dia de aula
Que foi tirada
um dia depois do meu nascimento
Que deveria estar um
frio congelante
Que sempre serviu para nos colocar debaixo das
cobertas
Que nunca aqueceram
nossos pés
Que permaneciam entrelaçados em
laços reforçados
Que não são como nossos laços que se rompem por
bobagens
Que pra você é sempre
passado
Que não pertence mais à
nós
Que hoje não existe mais.
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