sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Pra quê você vive?



Se abrir sua mente e tentar entender-me não é sua prioridade, sinta-se banido da conversa. E caso realmente queira mudar o que penso, aconselho-te voltar bem mais tarde.

Hoje não vejo motivos para existir. Se questionassem minha lealdade à vida, diria que à ela nada devo. Não se trata mais das pequenas coisas ordinárias do dia a dia. Vai além de tudo. Ou talvez seja justamente sobre todos os suspiros medíocres que damos para convercermo-nos de que há vida por aqui. Talvez seja sobre as coisas banais que no fim do dia recebem mais atenção do que são dignas de ter.

Se acha que trabalhar suado oito horas por dia é vida, já não sei mais do que estamos a falar. A vida deveria ser prazerosa. Por isso apoio aqueles que buscam por tal prazer. Não apenas nos finais de semana. Porém todos os dias. De hora à segundo. Sempre. Porque é isso que a vida é. É curta, sem máquina do tempo, nem mágica ou fada encantada. É real. Aproveitá-la da pior maneira não faz sua vida grandiosa, mesmo que inicialmente fosse este seu objetivo quando resolveu entrar naquela empresa que nada tinha a ver com o que te dava prazer, mas que te daria dinheiro - o que aparentemente te daria prazer depois de alguns anos. Anos? - Devo reforçar: ANOS? - Anos de sofrimento para um ou dois meses de prazer? Que tipo de conta é essa em que anda se metendo? Isso lá é sentido da vida?

O que mais me incomoda é quão rotineiro se tornou trabalhar. É sua obrigação ter um serviço, ser o melhor de lá, viver pela sua empresa, e esquecer todo o resto da sua vida, "porque no final a recompensa é grande". E se não existir esse final? E se o seu final for agora, sem recompensa nenhuma? Do que vai adiantar tanto esforço?

Eu não gosto de pensar assim, principalmente por estar prestes a determinar o que farei pelo resto da minha vida. Porque mesmo depois de um ano inteiro me questionando o que é melhor pra mim... não achei a resposta. E talvez eu não queira achar. Porque não quero passar a eternidade aflita por estar na profissão errada. E não, eu não quero perder tempo pensando sobre isso. Quero a profissão prazerosa logo de cara. Mas não quero passar por trinta outras profissões para descobrir com qual me identifico. Não quero perder o tempo que eu não tenho. Minha vida já é muito desprazerosa para que eu estenda isso por mais sabe-se lá quantos anos de vida.

Provavelmente começarei a ver sentido nisso que chamam de vida quando eu parar de enlouquecer por conta da louça mal lavada, ou dos assobios sem donos nas ruas desertas, ou até do canto da unha que não tem mais esmalte. Talvez se eu voltasse a ser idiota suficiente para amar alguém e fazer esse alguém o novo sentido da minha vida, eu entenderia o que é viver.

Por sorte, tenho medo de ir pro inferno caso tente me matar. Mas talvez morrer não seja tão mal assim. De qualquer forma morrerei a partir do momento que esquecer que "life sucks" e voltarei a ser um robô do século XXI que tem motivos tolos para adorar a vida.

2 comentários:

  1. Por sorte também sou covarde demais para cometer tal ato. Mas as vezes medito tanto sobre isso, e só faz piorar a minha situação. E a cada vez que penso no meu futuro, sinto algo inexplicavelmente ruim, como um nó ou aperto no peito. Mas, continuo levando (empurrando, na verdade) essa minha vida, vai que um dia ela ganha impulso...

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    1. Emily, você falou tudo! É reconfortante saber que alguém também pensa assim.

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