quarta-feira, 29 de junho de 2011

O último suspiro.


Acuada, vencida. Nada mais importava. Ela sabia que não passaria daquele dia. Nem o sorriso do leiteiro, nem o canto do passarinho. Nada a convenceria a continuar ali, naquele frio que arrepiava seu cabelo, naquele dia sem sentido, e na sobrevivência sem vivência. Ela estava farta da humanidade. Tudo não parecia ter passado de um pesadelo. Inesgotável. Era isso que estava entalado na garganta: um pesadelo inesgotável. "Por que tudo tinha que ser daquela maneira?" Essa pergunta não saia da sua cabeça.
Num mundo com tantos tipos de pessoas, ela nunca imaginaria que este seria tão frio, tão insensível. Perdeu. Ela perdeu sem ao menos ter se dado conta de que havia ganhado. Estava ciente de que aquele seria seu último suspiro. Não tentaria explicar aos que vivem, o motivo por estar partindo. Ela sabia que não adiantaria. E desejava, naquele momento, que não se lembrassem da sua existência, assim como aconteceu por toda sua vida.

Thais Katsumi.

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