segunda-feira, 30 de julho de 2012

The last song I'll call mine.



   Quero poetizar e abusar de rimas que rimem com teu nome. Rimas melódicas que façam poema virar música. Música esta feita para sair da tua boca irradiando todo sentimento perdido do meu peito. 
   Mas não sei construir versos livres. Nem versos regulares tornam-se melodia. Sei apenas falar-lhe o que não faz questão de ouvir. Tal como o fato de eu ter esperado que seus atos refletissem os fatos. No entanto, quem sou eu pra afirmar que todas aquelas cortesias e galanteios eram formas de dizer que precisava de mim. Eu sabia que na verdade faziam parte do seu teatro. Mesmo que seja difícil admitir, eu nunca fui pra ti qualquer migalha do que você havia sido pra mim. As músicas que você tocava... Cada verso parecia fazer sentido com o que eu vivia contigo, onde não necessariamente existia um nós.
   Deveria ter sido fácil olhar nos meus olhos e declarar o que declarara para... Quantas outras? Umas 10, 20, talvez 30 garotas. Mais bonitas, mais feias, mais simpáticas, mais esquisitas... Vai saber.
   Óbvio afirmar que ainda espero sua chegada inesperada no dia do meu aniversário, com sua música nova composta para mim. Especialmente pra mim. É claro que almejo que todas as outras canções tenham sido cantadas de coração. E não tenha dúvidas de que eu escolheria passar o resto da minha vida te ouvindo sussurrar a letra daquela música que você nunca me disse o nome.
   É, pensando bem, se eu estivesse à beira da morte, e se me oferecessem um último desejo... Agora, escolheria te ouvir cantar mais uma vez. Você o faria com o maior prazer. Não por ser pra mim, mas porque cantar é sua vida. "Se eu não posso cantar, não é minha revolução", você disse em um dia qualquer, antes de uma música que não era tua, mas que falava por ti.
   Não estou implorando que me entenda, tampouco que dê ouvidos a qualquer dessas palavras. Não quero nem que leia isso. Ou talvez queira, se não for rir de toda minha tolice. Quero o que nunca existiu. E o que não devo querer, mas que continuo querendo. A resposta deve ser ridiculamente óbvia... Quero tudo aquilo de novo, mas agora de verdade, e tão bom quanto o da primeira vez. Quero que você sinta também. Sem farsas, nem mentiras.
   Ou talvez eu queira tudo aquilo independente das consequências ou de qualquer sentimento por parte do seu coração. Ou talvez eu só queira uma última música. A minha.

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