segunda-feira, 20 de maio de 2013

A garota de volta então.


Passou despercebida pela maioria por ali. Seus passos eram tão rápidos que mal pude notar as lágrimas que caíam de seus olhos. No entanto, por algum motivo o tempo parou para eu vê-la em câmera lenta - como nos filmes quando mostram alguma beldade com os cabelos a voar - e apesar da sua cabeça baixa ocultar toda a tristeza que carregava em si, eu percebi.

Cogitei milhões de histórias com finais tristes, e cheguei a conclusão de que aquele não era seu final. Parecia mais com o precipício que todos nós tropeçamos num certo momento da vida. Portanto também não acreditava que seu final seria feliz - não acredito em finais felizes -, mas que aquele definitivamente ainda não era seu fim. Tinha muito o que viver. Era notável sua inexperiência, sua sensibilidade, e o medo que transbordava seu peito. Tinha medo de viver. De sofrer novamente. De amar. Amor... o que é isso afinal?

Também não descobri, garota. Eu quis gritar.

Seu jeito de andar entregava a menina cheia de sonhos destruídos. Devia ter procurado o príncipe encantado e nem sapo apareceu. Talvez ela fosse dessas meninas que vivem nos livros que adoram iludir as mentes mais frágeis. Talvez ela tenha decorado diálogos que não terminaram como o planejado. No entanto, quem sou eu para dizer o que aconteceu à ela naqueles dois ou cinco últimos minutos. Talvez ela estivesse chorando por dias a fio.

Tive vontade abraçá-la e dar conselhos com metáforas sem sentido, protegê-la daquele mundo que não era o dela, fazer papel do príncipe encantado, e até trancá-la numa torre para ninguém mais machucá-la. Só que não era justo, eu sabia. Deixei-a correr pra longe de mim. Amanhã ou depois, quem sabe, ela não esbarra em mim e descobre que eu sou o cara da vida dela...

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