Eu nunca gostei de chorar em público, dizer o que eu sentia ou me aventurar em loucuras. Sempre fui uma
pessoa muito fechada, introvertida, que não gostava de fazer amizades e que não conseguia manter uma conversa por mais de cinco minutos. Não posso dizer que eu tinha depressão ou era altista, já que tinha amigos e era feliz. Até que eu conheci alguém que jogou tudo isso na minha cara: que eu deveria parar de ser assim. E botar tudo pra fora! Falar do que eu sentia com as pessoas ou simplesmente achar outro meio de liberar todo esse sentimento, esse rancor, essa mágoa que eu carreava por tanto tempo, que estavam escondidos tão bem que até mesmo eu deixei de perceber que elas existiram um dia. Depois desse banho de lições de moral, e muitas lágrimas e incompreensão, decidi que minha vida mudaria, porque era esse acúmulo de sentimentos e ressentimentos que fazia minha doença piorar.
A partir daquele dia, minha resposta para as perguntas do porquê eu faria isso ou aquilo deveria sempre ser "porque eu gosto", "porque eu quero", "porque eu tenho que fazer isso antes de morrer". Tais respostas vêm sendo importantíssimas para construir o meu eu de hoje. O meu eu que não guarda mágoas, que pensa também na felicidade, que não deixa de fazer alguma coisa porque os outros vão pensar mal, que enxerga o mundo com outros olhos, que não é amigo de alguém por obrigação e que valoriza as pessoas que a valorizam. As consequências? Essas fazem parte do meu amanhã. O amanhã? Nunca viverei. Vivo o presente e morrerei nele.
Thais Katsumi.
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