segunda-feira, 18 de julho de 2011

Cheiro de chuva e terra molhada.


Nessa noite, quando passei pela janela do meu quarto, senti aquele cheiro de chuva. De terra molhada. O cheiro que eu costumava sentir quando você chegava. Era sempre assim que eu o recebia.
Todas aquelas gotas que, aos olhos da multidão, geravam depressão, aos meus olhos, eram gotas que marcavam o início de um dia perfeito. Eu sabia que você cuidaria de mim. Todos os dias que chovia, você dizia precisar me ver. E eu estava bem, só que apenas essas palavras não eram suficientes pra você. Você sabia que eu tinha medo de ficar sozinha. A chuva e seus companheiros nunca soaram inocentes aos meus ouvidos. Até você aparecer e ficar ao meu lado nesses dias. Certa vez eu descobri que você me fazia feliz, e a chuva não importava mais, nem o barulho que ela fazia quando se chocava com o vidro da janela, nem os raios, nem os trovões. E quando tudo estava ficando bem, quando meus medos já praticamente haviam deixado de existir... Você resolve partir.
Já não te vejo mais no meio da multidão, procurando um jeito de escapar da chuva e chegar na porta de casa o mais rápido possível. O que restou? Apenas lembranças dos melhores dias de chuva que houveram na minha vida, e a esperança de que ela possa te trazer de volta como costumava fazer.

Thais Katsumi.

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