Não sei pedir desculpas, mas sei demonstrar saudade. Saudade de quando você passava as mãos com calma na minha barriga e eu fingia não estar arrepiada. Saudade de observar cada centímetro seu e me perguntar um sem-fim de vezes porque é que eu gostava tanto de alguém com um monte de desenho idiota tatuado pelo corpo. Eu sempre soube que nada ali estava certo, entre nós, mas a calma nos seus olhos dava sentido pra tudo que não devia fazer.
Lembro do fim. Do que devia ser o fim mas agora me parece vírgula mal colocada. Queria que tivesse sido pessoalmente, assim eu poderia saber como são seus olhos calmos na hora do adeus. Mas digitamos, e cada tecla apertada me trazia uma lágrima. Você não sabe disso e acho que nunca fez questão, mas ainda assim tenho saudade. Sei que errei porque ainda não vejo um ponto final. Talvez ele esteja nessa carta. Mas um ponto não apagará de mim aquela sensação boa que até agora não senti com mais ninguém, a de ser sua ao acordar em seu peito quente, no meio da bagunça do quarto, esperando não precisar sair nunca dali.
Me desculpe por não ter nos dado uma chance, mesmo que você nunca tenha pedido por ela.
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