quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Sobre coisas que me emocionam


  Hoje a vida acordou pra me fazer pensar no que me emociona. De maneira boa ou ruim.
  Redes sociais me emocionam de maneira ruim. É o que mais me envergonho por sentir: desequilíbrio emocional em redes sociais. Isso acontece porque é onde as pessoas falam o que ninguém faz questão de ouvir (ou finge que não faz) e, exatamente por isso, vem lá de dentro delas. Mesmo que finjam ser algo que não são, isso ainda assim diz algo sobre o que elas realmente são. Essa sensação de saber mais do que devo das pessoas me faz mal, ainda que eu também me exponha em demasia nessas redes. Em suma, fico triste ao ligar o computador, mas não consigo evitá-lo. 
 Também fico à beira-mar quando ouço comentários muito sinceros (não gosto de pessoas sinceras, não gosto de pessoas abertas em excesso, não gosto da verdade nua e crua, tenho minhas tendências kitsch) e quando faz frio. 
 Mas há muito mais coisas que me fazem bem! Há os filmes, as risadas exageradas, os livros, as melodias, a comida e as paisagens bonitas. Mas há uma sensação que é, no fim, o objetivo da minha existência, e me toca, me eleva, me ensurdece e me isola do resto do mundo (e ao mesmo tempo faz com que eu me sinta uma parte essencial dele), que é sentir minha alma livre. Sentir o fluído do êxtase correndo por meu corpo, e, ao mesmo tempo, me sentir fora de meu corpo. E pra que isso aconteça, há formulas simples e muito belas: gosto de me sentar no chão, em qualquer lugar que seja, ouvir uma melodia que me embale por inteiro, mexer os braços de maneira descoordenada, esticar e relaxar os dedos dos pés, balançar a cabeça no ritmo da música, brincar com meus cabelos, abrir os olhos e observar o que há de bonito e admirável ao meu redor e depois fechá-los e procurar o bonito dentro de mim mesma. Não há nada, nada que me emocione mais que isso. Às vezes se torna ainda melhor: quando compro purpurina e jogo, enquanto balanço os braços, ela aos céus e vejo (juro que vejo!) fadinhas reluzindo à medida que o sol bate nos grãos de glitter. É também mais bonito quando há passarinhos cantando ou vento assobiando em harmonia com a música que ouço. Ou quando abro os olhos e o que vejo são folhas, borboletas, flores e luzes coloridas. 
 E é assim que me faço feliz quando necessário. 

Um comentário:

  1. adorei seu texto Alice! E me identifiquei bastante até a parte "mas não consigo evitá-lo". As redes sociais me fazem mal também, as vezes bem. Agora a parte da sinceridade haha, eu a prefiro bem mais. E o resto do texto está lindo, muito bom :)

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