domingo, 13 de janeiro de 2013

Logo após o pôr do sol.


Há muito não via seus olhos castanhos que adoravam sorrir pra mim - um sorriso interno que ninguém nunca viu. Confesso que já não lembrava mais de como sua mão encaixava perfeitamente na minha toda desajeitada. Era difícil dizer o que você era para mim, principalmente ali, onde todos meus amigos julgadores do que eu sinto estavam presentes. E eu nunca te entendera como deveria, porque você não fazia suas palhaçadas em público, tu nem sequer era tu mesmo nas suas particularidades quase imperceptíveis. Só que não por hoje. Hoje, quando me encontrou, soltou a mão de uma bela garota para vir ao meu encontro. Ela ficou estática enquanto observava seu provável amor indo na direção de outra. Era assim que você sempre agira, comigo ou com qualquer uma, gostava de deixar-nos esperando pelo que nunca nos daria. No entanto hoje tu veio para mim. Olhou-me nos olhos e seu sorriso não era mais apenas interno. Seu corpo parecia querer dançar, seus braços sem saber o que fazer pairavam no ar ambicionando um abraço que sentia falta. Desviando de pelo menos cinco pessoas naquele apertado campo, chegou ao seu destino, devagar porém cheio de pressa. Não precisou de palavras. Apenas usou do artifício que bem conhecia - fazer todas aquelas tolices que as garotas amam -, beijou-me a testa entrelaçando os dedos nos fios dos meus cabelos. O seu aroma cítrico tomou conta de pelo menos dois metros ao nosso redor, e o suor alheio já não existia mais. Seus dedos desceram pela minhas costas e pararam delicadamente na minha cintura, sua outra mão apareceu - de sabe-se lá onde - e segurou-me pelo outro lado, trazendo-me para mais perto, para um abraço caloroso tão apertado que por um momento tive medo de ser esmagada. Era aquela a sensação que eu tinha perto de ti, sentia-me tão pequena a ponto de quebrar, e mesmo assim tinha certeza de que isso seria impossível, pois não existia ninguém mais cuidadoso que você. Não importava quantas horas ou minutos esse sentimento duraria, minha única certeza era que você pertencia-me da maneira como deveria.

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