segunda-feira, 7 de maio de 2012

Adeus, menino.


E finalmente aquela expressão de "coração saindo pela boa" tomou conta de mim. Eu estava a pouco mais de dez passos para descobrir toda a verdade. Para comprovar se meu coração falhara mais uma vez ou acertara depois de tanto tempo. Aquela era a deixa para resolver todas as questões mal resolvidas, tal como colocar os devidos pontos finais onde eu enxergara apenas reticências. Bastava você dizer se era verdade ou mentira. Apenas uma palavra. 
Os dois ou três minutos que se passaram depois de te ver estirado no sofá da sua casa, pareceram eternidades. Havia um tênis jogado em um canto e a televisão estava ligada, mas não consegui reparar se era seu tênis preferido e se era o programa que costumávamos assistir nas tardes de domingo, tudo porque minha atenção estava voltada pra você e para minhas mãos e minhas pernas que tremiam incontrolavelmente.
Você estava tão vidrado no programa que assistia, que não fez nem questão de me cumprimentar direito - ou talvez eu estava tão obcecada com a situação que seu "oi" soou rude e sem graça. Portanto, enfim, você olhou para mim. Sorriu. E desligou a televisão com a mesma calma que sempre teve. Seus olhos olhavam dentro dos meus implorando que quebrasse aquele silêncio constrangedor. Mas quem falou primeiro foi você: "É verdade... Tudo aquilo... É verdade", você baixou a cabeça tentando esconder seu olhar de culpa e sua última frase foi "Me desculpe".
Fui embora. Trazendo comigo meu coração que permaneceu guardado contigo em algum lugar que antes eu não podia achar. Também arrastei meu orgulho e minha raiva, afinal não queria piorar nada. Mas deixei todo e qualquer resquício de lembranças que tínhamos juntos.
Não deixei de pensar que você fosse só mais um cara, como todos os outros caras; e que você só me queria por diversão; e que você preferiu a outra porque ela tinha peito e eu não. Mas ao menos sua sinceridade continuara ali, um pouco tardia, entretanto como costumam dizer "antes tarde do que nunca".
Não desejo a vossa felicidade com aquele promíscua, porque essa felicidade era pra ser nossa. Espero apenas que você cresça e não volte para mim, nunca mais, mesmo que meu coração grite o contrário. Portanto... Adeus, menino que um dia foi meu. Adeus. 

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